Uma carta assinada esta semana por 11 atletas olímpicos, incluindo Catarina Monteiro e Jéssica Augusto, da região de Póvoa de Varzim e Vila do Conde, apela ao primeiro-ministro que aplique medidas para “valorizar e garantir a sobrevivência prática desportiva”.
Catarina Monteiro, recorde-se, é nadadora do Fluvial Vilacondense, e Jéssica Augusto, da modalidade de atletismo, reside na Póvoa de Varzim.
Ao longo da carta, os atletas revelaram-se desiludidos com as atuações do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e do secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, referindo terem constatado que aquelas personalidades “não representam o desporto no seio do Governo da República”.
Os atletas referem, ainda, que António Costa “certamente argumentará que foram acautelados os apoios aos atletas de alto rendimento e aqueles inseridos no Projeto Olímpico Tóquio 2020”, que houve “sensibilidade para estes nas medidas que, entretanto, foram sendo aplicadas para conter e mitigar a pandemia que o mundo atravessa”. Mas esses atletas representam o topo da pirâmide do movimento desportivo, sendo que o que os preocupa agora “são todos os restantes”, ressalvam.
“Os diferentes níveis da pirâmide desportiva não são estanques. Comunicam uns com os outros, contribuem entre si para a sua sustentabilidade. Pensar que, ao garantir-se as condições para que a última linha desta pirâmide continue a subsistir, todo o edifício manter-se-á, parece-nos uma visão redutora da realidade que todos os dias agrava-se, nomeadamente com a redução drástica de atletas federados, com o fecho de clubes, mas também com os indicadores que referem uma diminuição expressiva da atividade física da população, com especial incidência nos jovens”, continua a missiva.
“Porque acreditamos profundamente na importância da atividade física e do desporto na sociedade, apelamos que diligencie no sentido de serem encontradas medidas e soluções específicas, que visem valorizar e garantir a sobrevivência destes setores”, conclui.