Num mundo conturbado, intolerante, difícil, por vezes pouco sensato e um Portugal nada fácil em que o governo a tudo tenta acorrer, vão realizar-se eleições para os órgãos municipais. São eleições importantes pelo que têm de grande poder e do que decidem. Aliás, as suas competências vão aumentar, o que por maioria de razão, obriga a uma melhor reflexão e atenção nas escolhas. Na verdade, independentemente das suas atribuições exclusivas, aparecem muitas vezes a suprir, a complementar muito das obrigações do poder central.
São eleições em que os candidatos são bem conhecidos e têm relação de proximidade com os eleitores, o que os põe, objetivamente, numa dimensão diferente da dos partidos. Ora acontece, que mesmo assim, os partidos são sempre uma referência. Nesse “quadro”, os seus líderes têm andado ativos numa campanha de modelo diferente dos habituais, embora com muitas acusações mútuas, algumas arruadas, muito se notando os périplos de António Costa e Rui Rio, num amplo sentido mobilizador, para manter uma “chama viva “e uma corrente ao partido. E isso, porque terão, inevitavelmente, uma leitura nacional e até poderão ter consequências políticas, apenas para o líder social-democrata.
O PS tem 159 câmaras municipais, enquanto Rui Rio herdou, após uma hecatombe 98. O PSD que foi um grande partido do poder autárquico, tem vindo a reduzir a sua influência, pelos vários “desastres” eleitorais. Tem no líder o motor e um grande entusiasta empenhado, o que não chega para inverter, decisivamente, o ciclo e recuperar muitas câmaras e eleitos locais. No dia 26 o PS continuará a ser o detentor do grande poder autárquico e da presidência da associação nacional de municípios. E assim acontecerá, pela má herança que Rui Rio recebeu, pelas fracas escolhas dos seus próximos, más escolhas de alguns candidatos, por muitos contravapores cínicos e deslealdades internas. Também por alguma comunicação social politiqueira, manipuladora, de enredos, de “ondas” e de ignorância política.
Na Póvoa vão a votos Aires Pereira (PSD), João Trocado (PS), Artur Castelo Branco (CDS), Diana Vianez (PAN), Filipa Afonseca (BE), Jorge Machado (CDU), Ricardo Zamith (IL) e Sónia Vieira (CHEGA). É minha convicção que o atual presidente ganhará com facilidade e, terá novamente maioria absoluta, numa Póvoa que tem sido um bastião autárquico do PSD. Acontece que está na estrutura da câmara há muito e ascende com Macedo Vieira a vice-presidente e, é com ambos dedicados, de perfil e estilos muito diferentes, que há a verdadeira melhoria da Póvoa e, não se podem ver desligados.
Sublinho, entretanto, que Aires Pereira continuou o bom, útil e importante trabalho efetuado; cumpriu o prometido, fez um mandato tranquilo e tem obra feita. Entretanto, em relação ao futuro, conseguiu a aprovação de um Plano Estratégico para a Póvoa como um todo, por ele pensado, acolhido pelo PSD e com contributos dos elementos do PS. É um “instrumento” para a década, que esteve em debate entre os oito candidatos e, que evidencia a sua visão, interesse e sentido de oportunidade. Nesse quadro, era importante não ficar esquecida a interligação e sua continuidade – que muito choca – da cidade com Aver-o-Mar pela marginal.
O candidato do PS tem algumas qualidades e boas ideias, aliás como todos os outros, mas com hipóteses nulas. Enquanto o PS não apresentar um notável, um ilustre ou um carismático, jamais aproveitará a “embalagem” da força do partido a nível nacional. As suas lideranças na Póvoa nunca tiveram vontade política e, algumas, também a vontade pessoal de “agarrar” o imbróglio. É preciso perceber os contextos, a política e, que há valores superiores a defender…
Naturalmente que para dar continuidade à “viragem” da grande melhoria da Póvoa e reforçar um ciclo positivo, agora se põe a pergunta sacramental que é a de saber se está no horizonte do antigo presidente Macedo Vieira voltar a liderar a autarquia Poveira, quando Aires Pereira terminar o seu próximo “consulado”, coincidente com o seu limite de mandatos.
Em Vila do Conde, conhecidos os candidatos, projetos, programas e suas ideias, com o controverso e candente custo elevado da água na ordem do dia, as eleições serão muito renhidas entre Elisa Ferraz (NAU), Vitor Costa (PS) e Pedro Soares (PSD) com um resultado imprevisível, ao voto. Tudo dependerá em que pessoa/candidato, os vilacondenses mais acreditam, maior confiança têm. Também, com todas as expectativas e aspirações, candidatam-se Hugo Rei Amorim (CDU), Artur Bonfim (CDS), Louro Miguel (BE), João Paulo Alves (PAN), Luís Vilela (CHEGA) e Rui Saavedra (IL).