BE questiona Comissão Europeia sobre “situação dramática” da Reserva Ornitológica de Mindelo

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Marisa Matias e José Gusmão, eurodeputados do Bloco de Esquerda (BE), enviaram à Comissão Europeia uma questão sobre a “situação dramática em que se encontra a Reserva Ornitológica de Mindelo (ROM)”, avança o núcleo de Vila do Conde do partido. A pergunta surge depois de uma visita aos “pontos mais críticos da ROM” por Marisa Matias, dirigentes do BE e pelo grupo Salvar a ROM.

Na questão, os eurodeputados referem que, “atualmente, a ROM sofre várias ameaças, quer pela pressão urbanística a norte quer pela pressão industrial a nascente, diminuindo o seu território e o seu valor natural, acrescendo a pressão do mar que, ao invadi-la, contribui aceleradamente para a sua degradação”.

“Pese embora o importante valor histórico, cultural e natural da ROM, esta tem sido ignorada por diversas entidades responsáveis, designadamente a Agência Portuguesa do Ambiente e o município de Vila do Conde, que recorrentemente se exoneram de responsabilidades na preservação daquela”, continuam Matias e Gusmão, que indicam que, “não fora um conjunto de cidadãos preocupados e ativos na proteção da ROM, do Núcleo da FAPAS de Mindelo, aquela já teria desaparecido enquanto área protegida”.

Segundo os eurodeputados, “tal núcleo vem insistindo que a proteção da ROM é quase inexistente e que, face às pressões em seu torno, deve ser revista e integrada na Rede Natura 2000, pois apenas está classificada na Rede Nacional de Áreas Protegidas”.

Assim, questionam “que medidas tomará a Comissão Europeia para que o Governo português inste as entidades nacionais e locais responsáveis a aplicar a legislação comunitária e nacional devida para a preservação da ROM”.

Lembre-se que o cordão dunar de Mindelo rompeu no primeiro dia do ano. “A entrada de água do mar numa área considerável da ROM provoca a salinização de uma boa parte dos seus terrenos”, que impede a possibilidade de qualquer cultivo e que “mata grande parte da flora autóctone. Esse efeito leva a que a biodiversidade existente seja fortemente afetada, podendo mesmo ser extinta”, alertou o núcleo da FAPAS em março em nota de imprensa.