Bloco/Póvoa quer que receita dos parquímetros reverta para a gratuitidade dos transportes públicos

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O Bloco de Esquerda da Póvoa de Varzim recomendou, na última sessão da Assembleia Municipal, o executivo que o valor da receita arrecadada pelos parquímetros seja destinado à gratuitidade dos transportes públicos. A recomendação surge na sequência da aprovação do novo Regulamento Municipal de Trânsito e Estacionamento, que introduz mais parqueamento pago na cidade, concretamente na Avenida Santos Graça.

Em comunicado, o Bloco compara as cidades do século XX à Póvoa de Varzim de hoje, na medida em que é “muito centrada no crescimento desmedido de novas infraestruturas” e “no meio de transporte individual”. De acordo com o Bloco, na Póvoa nota-se uma “contínua aposta na dispersão da cidade, contínua aposta do transporte individual, em vez de uma real aposta nos transportes públicos, na mobilidade sustentável, como a pedonal e ciclável”.

Nesse sentido, afirma que “é tempo de emergência climática e é nossa responsabilidade enquanto cidadãos e eleitos de criar propostas para a mitigação e adaptação às alterações climáticas”.

O partido, através do deputado municipal Marco Mendonça, votou contra o novo regulamento, “apesar de defendermos que a limitação de tempo de estacionamento é uma medida importante para retirar automóveis dos centros urbanos”. Para o Bloco de Esquerda, “o parqueamento pago tem de ser acompanhado de alternativas aos cidadãos e às cidadãs”.

Entre essas alternativas, apontam aos “transportes públicos eficientes em horários e diversidade”, à “intervenção no espaço público, com vista a pedonalização de ruas, entre outras medidas de transformar as ruas seguras e agradáveis a toda a gente”, à “introdução de uma aplicação móvel que permita o pagamento sem recurso a moedas, que garanta que os primeiros 10 minutos de estacionamento sejam grátis para as pessoas irem às compras” e à criação de “um sistema partilha de bicicletas e transporte gratuito entre o centro coordenador de transportes, a estação de metro e as praias”.

“Segundo os dados do IMOB de 2017, o automóvel é usado em 70% das deslocações dos habitantes do concelho da Póvoa de Varzim, 4.5% usa o autocarro, 19% anda a pé e apenas 2% usa a bicicleta diariamente para se deslocar”, relembra o partido.

“Estes dados demonstram que há muito a fazer em termos de mobilidade no nosso concelho. Apesar da propaganda do executivo municipal afirmar que somos um ‘exemplo nacional na promoção dos modos suaves’, os números falam por si. Urge a aplicação do Plano Mobilidade Urbana Sustentável”, completa.