Câmara da Póvoa aprova contas de 2022 com resultado líquido de 2,5 milhões

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A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim aprovou, na reunião de executivo realizada na terça-feira, o Relatório de Gestão e Contas relativos ao ano de 2022. Os documentos foram aprovados com a abstenção dos dois vereadores do PS, única oposição representada no executivo camarário de maioria PSD.

As contas, que tiveram por base um orçamento de 63 milhões de euros, traduziram-se num resultado líquido de exercício positivo de cerca de 2,5 milhões de euros, a ser aplicado “num conjunto de investimentos que temos em curso ou de novos investimentos que vamos fazer”. A taxa de execução da receita está nos 98,3% e da despesa nos 94,8%.

“É um orçamento que tem um número histórico que é a poupança corrente, onde nós tivemos mais de 13 milhões de euros de poupança corrente”, declarou Aires Pereira, presidente da autarquia.

As contas de 2022 englobam também nove meses da entrada em vigor das transferências de competências para o município, sendo que a área que tem mais peso é a da educação, com a integração “de mais de 300 funcionários”, o que “traduz um aumento de cerca de 11,3% na aquisição de bens e serviços, fundamentalmente ligado à questão das refeições escolares”.

Sobre a transferência de competências, o vereador do PS João Trocado lembrou que “a administração central transferiu 4,9 milhões de euros o ano passado, correspondendo este valor a nove meses de execução. Nós questionamos o sr. Presidente sobre então que despesas a mais é que o município teve. Estamos perante um documento com mais de 200 páginas. Mas nem nos números nem no relatório vem esta informação. A Câmara teve um deficit ou um superavit com estas competências? Qual é que foi o montante? 200 páginas e não nos conseguem responder esta questão. Muito estranho”, disse.

João Trocado refere ainda que, em maio do ano passado, Aires Pereira disse na iniciativa ‘Póvoa Talks’ com a participação de Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, que “a Câmara iria ter um déficit de 4,4 milhões de euros. Claramente não teve. Aliás, no agregado, as contas apresentam-se semelhantes às do ano passado e, portanto, se esse déficit existisse nas contas correntes, ele iria-se refletir”, afirma, questionando se o edil “de certa forma terá usado a Câmara Municipal da Póvoa para se autopromover, lançando números que não são verdadeiros”.

O PS optou pela abstenção, e o vereador afirma que tal opção justifica-se pelo facto de que a redação dos documentos não contou com a participação da oposição. “A oposição é isto, é querer apresentar as nossas ideias, mas nem temos a oportunidade para isso”, disse. Mesmo assim, considera que as contas “estarão corretas”, porque “o revisor oficial de contas assim atesta, salvo algumas exceções, que nós entendemos como razoáveis”.

Notícia desenvolvida na edição de 27 de abril do jornal MAIS/Semanário