A maioria PSD do executivo municipal da Póvoa de Varzim aprovou, em reunião de Câmara realizada na quarta-feira, o Orçamento Municipal para 2023, com o valor de 70 milhões de euros. É um aumento de 26% relativamente ao orçamento anterior, que se fixava nos 57 milhões.
De acordo com Aires Pereira, presidente da Câmara Municipal da Póvoa, este “é um orçamento muito influenciado pela transferência de competências”. O acréscimo “resulta do aumento da transferência de verbas que são na ordem dos 7,7 milhões de euros para execução das novas competências”, adiantou.
O orçamento inclui investimentos como “o Póvoa Arena, a ampliação e requalificação da EB1 da giesteira, a segunda e última fase da Via B, portanto o prolongamento entre a rua das Sencadas e o nó de Navais, as obras que estão em curso e as novas de reabilitação dos bairros sociais de Amorim e de Aver-o-Mar, o início da construção dos 150 fogos na rua Belarmino Pereira, os projetos no âmbito do PRR com a creche e centro ocupacional de Laúndos e da Estela, e também a requalificação da zona do antigo campo de futebol de Aver-o-Mar, uma vez que já está disponível”, disse o autarca.
“Em termos de despesa, as principais questões que aqui temos é o aumento das despesas com o pessoal em cerca de quase 5 milhões de euros, resultado da transferência de mais 300 funcionários para o município no âmbito da transferência das escolas, e os custos com a manutenção e com as despesas dos mesmos espaços escolares”, para além do “aumento dos custos da energia elétrica” e o “fornecimento de combustíveis para as viaturas e para todo o sistema de abastecimento do município, com um aumento de despesa de mais 100 mil euros por força das alterações dos custos que temos vindo a assistir todos os dias quer seja pela crise climática quer seja pela questão da guerra”.
PS vota contra
Os vereadores do PS votaram contra o orçamento, definindo prioridades diferentes das apresentadas pela maioria PSD. O PS e o Bloco de Esquerda enviaram sugestões para o documento, mas “poucas destas medidas foram acolhidas, apenas pontualmente. Algumas foi dito que está a ser feito de forma diferente”, disse João Trocado.
As propostas do PS passavam por dimensões como o Póvoa Arena, a “mancha verde da cidade”, os apoios às famílias e habitação, a mobilidade sustentável e transportes, a eficiência energética, a terceira idade e a transferência de competências para as freguesias.
O vereador entende que, ao enviarem as propostas, os partidos deveriam ter sido “chamados à colaboração para a produção das Grandes Opções do Plano e do Orçamento para o próximo ano, mas não houve qualquer vontade por parte do presidente e da maioria dos vereadores do PSD em reunir connosco para, de certa forma, tentar concertar um orçamento que pudesse ser aprovado por unanimidade ou pelo menos sem os nossos votos contra”, afirmou.
No entanto, Aires Pereira declarou que as propostas foram submetidas à votação “e, para surpresa de todos, o Partido Socialista recusou-se a votar as duas propostas. Ou seja, nem votou a proposta do Partido Socialista nem votou a proposta do Bloco de Esquerda. O que achamos uma atitude bastante estranha uma vez que se a proposta do Partido Socialista de alteração ou de inclusão no orçamento não merece sequer a aprovação dos vereadores do Partido Socialista, isto cria-me uma enorme dúvida sobre qual seria o objetivo da proposta do Partido Socialista”. “Esta é uma questão politica que eu não consigo ultrapassar, é a não votação por parte dos vereadores do PS da sua própria proposta”, disse aos jornalistas.