Em cerca de sete meses, desde o dia 3 de março, 127 dias foram de maus cheiros vindos do aterro da Resulima, instalado em Paradela, ao lado das freguesias poveiras de Laúndos e de Rates. Significa que em 54% dos dias se sentiram odores. A informação foi partilhada pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, que espera ação por parte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), eventualmente no sentido de fechar o aterro.
“A CCDR-N emitiu uma licença para o funcionamento da Resulima, condicionada a um conjunto de melhorias, por forma a evitar os impactos negativos que tem este aterro. Esta última reunião da Comissão de Acompanhamento constatou que nada daquilo que foi o comprometimento da empresa com a CCDR-N foi executado”, referiu o presidente da Câmara Municipal, Aires Pereira, na reunião do executivo camarário, realizada na terça-feira (24).
Segundo o edil, foram feitos no aterro alguns investimentos que não resolveram as questões levantadas pelas populações afetadas há mais de um ano pelos maus cheiros. “Toda a gente se queixa: queixam-se as populações envolventes, queixam-se as empresas. Uma coisa é acontecer uma situação esporádica que estes tipos de instalações podem ter, um problema, uma avaria. Outra coisa é ser completamente o normal do funcionamento das instalações, isso é inaceitável”, sublinha Aires Pereira.
João Trocado, vereador eleito pelo Partido Socialista, também afirmou que “é inaceitável que as populações continuem a levar com o mau cheiro”.
Mais avançou que a empresa Resulima “pertence a um grupo nacional que resulta de uma concessão dos serviços de resíduos e que, no fundo, labora em quase todo o país, grupo esse que depois tem as tais empresas em cada zona e tem uma participação da parte dos municípios, além da maioria do privado”.
Este texto faz parte de um artigo publicado esta semana no jornal MAIS/Semanário, que pode ler na íntegra na edição papel ou na edição digital (PDF).