Praça já está montada mas Câmara de Vila do Conde não autoriza tourada marcada para Ferreiró

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A Câmara Municipal de Vila do Conde terá indeferido o pedido de licença para a realização da tourada em Ferreiró, marcada para dia 23 de julho. A notícia foi avançada na noite de segunda-feira pelo jornal Público, apesar de a organização já ter montado a praça amovível em terreno privado.

Contudo, o mesmo jornal afirma que, à data de publicação do artigo, a Associação Juntos Pelo Mundo Rural, promotora do evento, não teria sido ainda informada da decisão e continuava a vender bilhetes.

Ao Público, o presidente da autarquia Vítor Costa disse que “para acompanhar os nossos princípios e valores não queremos touradas” e alegou não existiram condições para a realização do evento, visto que viola “normas legais e regulamentares” relacionadas com a localização da praça de touros amovível.

Segundo a Câmara, as vias envolventes de acesso ao local não têm largura suficiente para estacionamento ou para o acesso de um veículo de emergência. A existência de obras nas imediações e o “estado de contingência de perigo de incêndios” são também motivos para a não atribuição da licença, apontou a autarquia ao Público. Segundo o jornal, para o dia 23 de julho, estão marcadas duas manifestações anti touradas, organizadas pelas associações Acção Direta e Vila do Conde Animal Save – o que também terá pesado na decisão.

Apesar de, na semana passada, Vítor Costa ter dado 48 horas para a desmontagem da estrutura, tal não foi feito. Ao referido periódico, o presidente da associação promotora garante a legalidade da praça de touros que “foi montada num terreno rústico e privado e a sua segurança foi atestada por um técnico. Em nenhum momento a lei diz que o pedido de licenciamento tem de ser feito antes, durante ou após o evento. Não é nenhum edificado. É amovível”.

Luís Gusmão afirmou ainda que ainda não tinha sido avisado da decisão da Câmara e que, por isso, os bilhetes continuavam à venda. A corrida terá licença da Inspeção-Geral das Atividades Culturais, o que o dirigente associativo acredita ser o suficiente para avançar. Tal como já tinha feito, Gusmão lembrou que a via judicial está a ser considerada.