Em comunicado enviado às redações, a Câmara Municipal de Vila do Conde, através da sua presidente, manifestou o seu “enorme repúdio pelas posições públicas assumidas na deslocação de vários deputados da assembleia da república do Partido Socialista a Vila do Conde” para verificar, no local, “problemas há muito identificados e reportados por esta Câmara Municipal à administração central e às entidades com competência para intervir e providenciar soluções.”
A autarquia lembra que esta deslocação ao concelho de Vila do Conde “não obedeceu a qualquer articulação com o executivo municipal em funções.”
Na posição da Câmara, enviada ao grupo parlamentar do PS, com conhecimento ao presidente da assembleia da república e ao primeiro-ministro, afirma-se ainda: “Lamentavelmente, e de acordo com o que foi divulgado nos órgãos de comunicação social e nas redes sociais do Partido Socialista Local, não houve qualquer inibição em proferir declarações desrespeitadoras relativas ao trabalho que vem sendo executado por esta autarquia, visando diretamente a sua presidente”.
Elisa Ferraz questiona também “o que poderá ser apontado como justificação para que um grupo de deputados ajuíze o desempenho de uma presidente de Câmara, eleita com maioria absoluta, como ‘negligente’ e ‘incapaz de pressionar’. Será que este comportamento seria o adotado no caso do executivo em funções nesta Câmara Municipal ter sido eleito pelo Partido Socialista? Temos muitas dúvidas de que assim seria?”
A Câmara de Vila do Conde recorda que no passado dia 29 de setembro, o Ministro do Mar e a Secretária de Estado das Pescas, esta até então responsável pela administração da Docapesca, “e, por conseguinte, conhecedora profunda deste dossier”, visitaram o local a pedido da presidente da Câmara.
“É urgente e imperioso que as entidades com competência naquela área atuem de pronto, defendendo o que resta do património público – o enrocamento instalado – e se previna, como esta Câmara Municipal sempre defendeu, maior erosão daquela estrutura e as consequências catastróficas que daí podem advir”, conclui a posição da autarquia, para quem, “dos senhores deputados que aqui se deslocaram, esperava-se que exercessem as funções para as quais foram mandatados pelo povo que os elegeu, que soubessem respeitar o poder político local e que se dirigissem a quem de facto tem responsabilidades pela matéria em causa e apontassem uma solução, ou daqueles a exigissem. Aguardamos, por isso, o retorno dos efeitos desta deslocação a Vila do Conde, expectantes de que a reivindicação dos senhores deputados possa surtir um efeito diferente das infinitas reivindicações feitas por esta Câmara Municipal ao longo dos últimos cinco anos.”