“É um dia decisivo para nós”, garante Vítor Paneira, treinador do Varzim. Em antevisão ao jogo de sábado, frente ao Fafe, “o Dia V”, o técnico alvinegro está confiante na vitória, até porque são “a única equipa a depender de nós. Temos de fazer o nosso trabalho”.
Se vencer este jogo, o Varzim consegue a manutenção na Liga 3. Para além deste objetivo imediato, Vítor Paneira está já a olhar mais para a frente: “os adeptos do Varzim sofrem tanto, tanto, tanto, tanto. Têm sofrido tanto os últimos anos. Já está na altura de nós lhes darmos outro tipo de alegrias, e espero dar para o ano outro tipo de alegria”, disse em conferência de imprensa.
O jogo Varzim-Fafe disputa-se amanhã, no Estádio do Varzim Sport Clube, pelas 15 horas. A partida tem transmissão no Canal 11.
Leia aqui as declarações completas de Vítor Paneira em antevisão ao jogo Varzim-Fafe:
Chegou o dia D. Amanhã é tudo Varzim?
Chegou o dia V. Varzim, Vitória. É um dia decisivo para nós. Chegamos à parte final, este era um cenário que nós queríamos trazer para o último jogo. Passamos por muitas dificuldades e estamos ligados, ainda há muita dificuldade. Mas conseguimos chegar a este último jogo, sermos a única equipa a depender de nós. E temos de fazer o nosso trabalho.
Vai ser um jogo decisivo e os jogos decisivos são para se ganhar e é isso que nós vamos tentar fazer. Vamos jogar contra uma excelente equipa, que foi a melhor equipa desta fase. Foi a equipa que fez mais pontos nesta fase. Eu disse isso, recordo-me, há quase um mês atrás, quando fiz a antevisão do jogo com o Fafe, que era uma excelente equipa, que tinha um excelente treinador. Recordo-me de ter dito isso. E tenho essa mesma opinião, que é um treinador que pode chegar lá acima com toda a facilidade, já deveria estar lá.
Nós temos de fazer o nosso trabalho, temos de ser competentes, temos de ser sérios. Temos de jogar à Varzim, se jogarmos à Varzim, com certeza que vamos ter sucesso.
No último jogo, independentemente da vitória, aquela forma de festejar o golo, com tudo o que está por trás e por dentro da cabeça dos jogadores, é aquilo que pretende para a equipa, aquele espírito?
É. Nós vimos esse momento do golo algumas vezes e percebemos que alguns jogadores que festejaram de forma efusiva, de uma forma extraordinária. Nós não ganhávamos um jogo desde o dia 4 de fevereiro, era muito tempo. E depois cria-se a dúvida na cabeça dos jogadores, a incerteza. E era importante nós estivemos muito próximo de o conseguir em Fafe, que era importante para nós no primeiro jogo em que eu cá estava, termos ganho esse jogo e estivemos muito, muito próximos de o ganhar. E agora, esta vitória, depois de dois jogos bem conseguidos, a equipa a melhorar, a ter comportamentos muito diferentes no jogo, essa vitória veio solidificar aquilo que tem sido o nosso pouco trabalho, mas que tem sido intenso.
Os jogadores têm correspondido de uma forma extraordinária. E o golo foi isso, foi o sentir que a equipa depende dela, que a equipa fez um jogo competente, que a equipa fez um jogo organizado. E que ganhamos os 3 pontos, acho que foi a descompressão que tínhamos todos de não ganhar há tanto tempo.
O Varzim não pode estar muito tempo sem ganhar um jogo. Nós sabemos disso. Nós não podemos festejar manutenções. Nós temos de festejar outro tipo de vitórias. Agora o contexto é este, eu sabia que ia ser um contexto terrivelmente diferente. Este tem sido, na minha opinião, o momento mais difícil que eu tive na minha carreira como treinador. Porque este é um contexto diferente dos outros, mesmo aquelas subidas que eu tenho, que são 4 ou 5, momentos que eu tive também de descidas em conseguir ter sucesso, este é de longe o meu maior desafio.
Quero conseguir isto pelo Varzim, por mim, pelos sócios, pelos adeptos do Varzim, que têm sido incansáveis. Eu apelo mais uma vez àqueles grandes varzinistas, àquela massa associativa que é extraordinária, que sofre como ninguém pelo Varzim, que comecem desde o primeiro minuto, esqueçam o 12º minuto. Nós precisamos dele a partir do primeiro minuto. Temos de estar todos juntos, todos unidos. É importante neste momento muito difícil do clube nós estarmos todos juntos e lutarmos por aquele que é o objetivo.
Nesta altura, o objetivo é a manutenção. Dependemos de nós, dependemos da massa associativa, do apoio que nos vai dar, e com certeza vamos ter aqui uma casa incrível. Esse calor vai-se transportar para os jogadores. Eles estão confiantes, tranquilos, estão famintos para que o jogo venha também, porque estão motivados, estão moralizados pela vitória. É esperar pelo jogo da manhã, tentarmos ganhar e sermos competentes. Vamos conseguir, com maior ou menor dificuldade, lutar para que a gente fique novamente nesta divisão.
Mais do que uma pergunta, uma declaração de interesse. Mais uma vez, a minha alegria em Montalegre foi… Já há muitos anos que não via o Varzim como adepto, estive lá no lado dos adeptos. Eu vou lhe dizer muito honestamente, eu vibrei ainda mais com uma ação defensiva de um atleta que, e não vou dizer o nome por respeito aos outros todos, mas essa reação desse atleta, se calhar, evitou que o Varzim passasse de sabor. E é com esse espírito, com essa garra que esse atleta tocou nesse jogo, que certamente o Varzim vai precisar contra o Fafe e garantindo a manutenção possivelmente o Varzim passa para primeiro e acaba-se o pesadelo.
O importante é ganhar o jogo, mais que tudo. Você está a reforçar aqui: nós temos visto esse tipo de ações e temos mostrado aos jogadores que quer no outro jogo em casa também, jogadores com essa capacidade de entreajuda, solidariedade para com o grupo. A equipa sabia que era preciso saber sofrer naqueles minutos e nós sabemos sofrer, é importante e as grandes equipas sofrem também e têm dificuldades no jogo. Muitas vezes que os adversários comportam-se muito bem, criam-nos dificuldades que nós não esperávamos, e a equipa soube sofrer. Sabíamos também que era um jogo de mata-mata, na semana passada.
Mas esse comportamento é um comportamento que eu quero para o Varzim. Eu estou a falar para três varzinistas, aqui, quatro. O Varzim é isto, é alma, paixão, é raça, e nós temos de ter isso, e jogar bem, sempre, jogar bem. Temos de jogar à Varzim, e quando eu falo jogar à Varzim, tem de ter esses condimentos todos na sopa, que é jogarmos, puxarmos a massa, sermos uma equipa à Varzim, a lutar, a correr, a ter alma, ter paixão, a ter raça. E jogar sem medo dos adversários. Nós não podemos ter medo.
Foi assim que eu conheci o Varzim muitas vezes que os defrontei, sabia o quanto era difícil jogar na Póvoa, quanto era difícil, fosse qual fosse o adversário que eu estive. Estive aqui pelo Benfica e pelo Vitória, e sei a dificuldade que era jogar aqui na Póvoa. É esta a dificuldade que nós temos de criar os adversários, jogar com alma, com paixão, com amor por aquilo que estamos a fazer. Por amor ao Varzim também.
O facto de o Varzim amanhã jogar à frente de uma equipa tranquila, isso pode criar outro nível de pressão, outro nível de ansiedade?
Sabe que desde que eu cheguei aqui, no primeiro momento, nós tivemos sempre no limite de morrer. Foi no primeiro jogo em Fafe, que vínhamos de duas derrotas nesta fase, a terceira, sofremos um golo aos 5 minutos e a equipa teve uma reação incrível, de grande capacidade, e invertemos a situação, até o minuto 93 ou 94. Depois, entramos mal aqui, não queria aquela entrada, não quero nas minhas equipas, não quero. Eles sabem disso. Mas depois tivemos uma segunda parte, a partir dos 35 minutos, dominantes sobre o adversário, a segunda parte toda nossa. E depois fomos a um jogo que era mata-mata mais uma vez, em que nós tínhamos de ganhar o jogo, a equipa foi capaz de dar uma resposta.
A equipa está focada. Agora usa-se muito o foco. Mas eu acho que a equipa está faminta do jogo, quer ganhar o jogo, quer trabalhar para vencer, quer oferecer este último jogo aos adeptos que o merecem. Os adeptos do Varzim sofrem tanto, tanto, tanto, tanto. Têm sofrido tanto os últimos anos. Já está na altura de nós lhes darmos outro tipo de alegrias, e espero dar para o ano outro tipo de alegria.