Tiago Margarido, treinador do Varzim, na véspera do jogo frente ao Braga B concedeu a sua primeira conferência de imprensa, em que estiveram jornalistas dos órgãos de comunicação social da Póvoa de Varzim. Para além da antevisão, outros temas foram abordados para ler aqui.
Antes de perguntar sobre o jogo contra o Braga B, como decorreu a pré-temporada? Tiago Margarido: Em relação à pré-época, é de salientar as melhorias que houve no clube no que concerne à reestruturação. O clube é um clube altamente profissional, houve uma grande melhoria a esse nível e dão-nos todas as condições para podermos fazer o nosso trabalho de forma efetiva. Em relação à pré-época, correu muito bem e muito positiva. Jogamos contra equipas que apresentaram estruturas diferentes, que nos levou a problemas diferentes. Houve situações que nós vivenciamos que nos vão tornar mais fortes no futuro. Foi uma pré-época muito positiva no que diz respeito à forma de jogar e, principalmente, pretendemos colocar em campo aquilo que são os valores dos adeptos, que é uma equipa de garra, de entrega, de sacrifício, de dedicação e isso nunca será negociável. No que concerne ao modelo de jogo, seremos uma equipa que vai procurar ser dominante em todos os jogos, porque assim é a história do clube e o projeto exige.
A pré-época foi o tempo suficiente para a integração de mais de 20 jogadores novos e para ter uma equipa competitiva já frente ao Braga B? Tiago Margarido: O objetivo imediato que é poder ganhar os três pontos em Braga, o tempo é suficiente. Para aquilo que é a nossa ideia de jogo não é o tempo suficiente e vai demorar uns dois meses até que a equipa apresente os índices de rendimento que nós pretendemos.
Neste processo de ambientação, faltou um elemento que é muito importante, o público. No único treino-jogo (Tirsense) aberto aos adeptos houve alguns problemas, nomeadamente sob o ponto de vista de ansiedade, com aquele final. Espera que a equipa esteja tranquila para defrontar o Braga. Tiago Margarido: No que diz respeito ao Braga B, é uma equipa que já trabalha junta há muito tempo. São miúdos vindos dos escalões de formação, há muitos anos que trabalham juntos e com processo consolidado. Antevemos muitas dificuldades no que diz respeito à qualidade de jogo que eles apresentam, coletivo e individual, porque são miúdos com muita qualidade. Temos os nossos argumentos e vamos estar preparados para o jogo e para conseguir competir pelos três pontos. Temos o máximo respeito pela equipa do Braga. Mas sabemos que temos mais valias que podem de facto dar-nos a vitória no jogo. Sobre a nossa massa adepta, é muito aguerrida e que nos apoia e vai nos fazer elevar o nosso patamar e vai nos empurrar muitas vezes para a vitória. Acredito que será um efeito muito positivo e que nos vai ajudar a vencer o jogo. Nesse jogo em concreto (Tirsense), não considero que houvesse alguma ansiedade por causa dos adeptos. Considero sim que havia fadiga acumulada por termos feito um jogo de manhã e era expectável que os jogadores não estivessem no seu máximo. Mas isso já estava contemplado no planeamento.
Ainda não falou dos objetivos na Liga 3, quais são? Tiago Margarido: Temos dois objetivos, que é subir ou subir. Portanto, dentro disso, devemos trabalhar sobre eles. Primeiro, chegar a play off de subida, que é ficarmos nos 4 primeiros. E depois, obviamente que não podemos fugir da responsabilidade e assumir a responsabilidade de subir divisão.
Apesar de não haver nenhuma informação oficial, mas com o relvado do estádio do Varzim em tratamento, os primeiros jogos na Póvoa serão realizados em campo neutro. O que é que tem a dizer sobre isso e se isso prejudica a equipa Tiago Margarido: Sinceramente não sei responder a isso. São questões que ultrapassam o meu trabalho, a minha responsabilidade. Espero que esteja o quanto antes, como é óbvio, porque tiramos sempre vantagem de poder jogar no nosso estádio, perante o nosso público.
Sobre o plantel, tem os jogadores que queria e também quanto ao futuro do Zé Carlos, pode vir a sair ou não? Tiago Margarido: Ao nível do plantel, foram jogadores escolhidos a dedo e todos eles avaliados ao mais ínfimo pormenor. Portanto, estou muito contente com os jogadores. Estamos muito contentes com o plantel e que nos dá garantias para conseguirmos atingir os nossos objetivos. No que concerne a entrada de jogadores, não vai haver entrada de jogadores. No que concerne à saída de jogadores, como eu não faço a gestão da parte comercial do clube, neste caso das transferências, não consigo responder. O mercado é que vai ditar. Não posso responder a coisas que não me dizem respeito direito.
Falou no início sobre a questão de o Varzim estar altamente profissionalizado. Esteve no Canelas e agora representa o Varzim. Quais são as diferenças entre os dois emblemas? Tiago Margarido: A pergunta é muito boa porque ao nível de mística nós tínhamos algo que o Varzim infelizmente foi perdendo ao longo dos anos. E a ideia é recuperar essa mística que é muito semelhante à que nós vivemos lá e que agora o Varzim pretende viver novamente. Quando eu digo mística, digo cá dentro, não digo a mística dos adeptos. A cultura de vitória é uma equipa aguerrida, uma equipa que expressa os valores da cidade. Aquilo que eu falei no início e estamos a tentar voltar a ter essa ideia de que eu penso que faltou nos últimos anos ao Varzim, mas temos opinião pessoal no que concerne a condições e ao nível estrutural. Temos dois relvados para treinos. Eu onde estava não tinha. Ao nível de suporte de tecnologia podemos contar com GPS, com drones, com coisas do último grito, que foi, como se costuma dizer, para podermos trabalhar softwares. O Varzim conferiu isso à minha equipa técnica e tudo o resto ao nível organizacional, de saídas logísticas, etc. O Varzim tem todas as condições possíveis também para contratar jogadores que não eram aqui da zona. Portanto, tudo isso são melhorias que eu tenho. De um clube para outro. Faltava um bocadinho esse ADN que nós lá tínhamos, que o Varzim cá dentro perdeu um pouco, mas certamente que rapidamente vai e vamos ganhar.