“Dá para sentir a diferença porque não estamos em casa”. Quem o admite é Anna Voronova, cidadã ucraniana a morar em Portugal há alguns anos. Na Póvoa de Varzim e Vila do Conde, é uma das representantes da comunidade ucraniana, pelo que fala por todos quando diz que “os ucranianos sentem falta dos seus familiares e pessoas queridas”.
Neste Natal, o MAIS/Semanário quis saber como é que a comunidade ucraniana vai passar esta quadra, para muitos a primeira longe de casa. Segundo Anna, “a maioria das famílias têm pais e maridos na Ucrânia que não podem sair. O Natal é um feriado em que todos os familiares se reúnem na mesma mesa para celebrar. Mas para muitos isso não é possível. Alguns parentes moram em Kherson, Bakhmutov e outros lugares onde não há nada”, revela, estão a viver “sem água, sem gás, sem luz. Acho que é difícil descrever a condição em palavras”. “A alma está muito ansiosa e o clima festivo não é sentido”, diz.
Mesmo assim, Anna garante que “acreditamos num melhor futuro. A paz na Ucrânia é a paz na Europa. A Ucrânia precisa de um apoio muito forte dos países europeus para estabelecer a paz na nossa terra”, defende.
Este texto faz parte de uma reportagem publicada esta semana no jornal MAIS/Semanário, que pode ler na íntegra na edição papel ou na edição digital (PDF).