Na última semana, cerca de 40% dos doentes internados nos hospitais portugueses em camas covid-19 deram positivo para o vírus, mas ficaram no hospital devido a outros motivos. Segundo dados recolhidos pelo Ministério da Saúde, em articulação com a Direção-Geral da Saúde (DGS) e as administrações regionais de saúde, entre 55% e 60% dos casos reportados pelos hospitais “dizem respeito a doentes cuja admissão a internamento ocorreu devido à covid-19”.
Em resposta à agência Lusa, as entidades explicam que, “considerada a situação epidemiológica atual de circulação prevalente da variante Ómicron, em que muitos utentes apresentam quadros assintomáticos ou de doença ligeira, admite-se que exista ocupação de camas covid-19 por doentes com outras patologias e cujos internamentos possam ter sido motivados por essas outras circunstâncias, mas que se encontram em camas/alas dedicadas a doentes positivos para SARS-CoV-2”.
Nos relatórios de situação diários, o indicador relativo aos doentes internados diz respeito “aos dados remetidos pelos hospitais relativos ao total de camas ocupadas no final do dia anterior por doentes internados que testam positivo ao SARS-CoV-2, independentemente de a covid-19 ser diagnóstico principal ou secundário”.
O Ministério da Saúde diz ainda que a realidade entre janeiro e novembro do ano passado era diferente da atual. Nessa altura, os internamentos covid-19 que tiveram como diagnóstico principal a doença estavam entre os 75% e os 85%.
“Para os casos internados em novembro e dezembro de 2021, as proporções são semelhantes até ao momento”, afirmam. “Os dados relativos a janeiro deverão ser confirmados em março, com uma metodologia robusta, após a alta hospitalar e a sua codificação”.
Segundo o boletim de ontem, quinta-feira, estavam internados nos hospitais portugueses 2249 doentes covid-19, 147 deles em unidades de cuidados intensivos.