No cartaz deste ano, o Curtas de Vila do Conde engloba 17 obras de realizadores portugueses que vão disputar a competição nacional. O festival de cinema decorre entre 16 e 25 de julho
Nas propostas em concurso, nota para os trabalhos de Ana Moreira (“Cassandra Bitter Tongue”), Ico Costa (“Timkat”), Leonor Noivo (“Madrugada”), Eduardo Brito (“Lethes”) ou Paulo Patrício (“O teu nome é”), que regressam ao certame, mas também de autores como Paolo Marinou-Blanco (“Nada nas mãos”) ou Filipe Melo (“O Lobo Solitário”).
A competição nacional é completada com os filmes de Inês Melo (“A Casa do Norte”), Francisco Moura Relvas (“Armazónia”), António-Pedro (“Carta Branca”), Rosa Vale Cardoso (“Se o que oiço é silêncio”), Ana Mariz (“Matilde olha para trás”), Rodrigo Braz Teixeira (“Miraflores”), José Magro (“Nha Sunhu”), Bruno Lourenço (“Oso”), Mónica Martins Nunes (“Sortes”) e Mário Macedo (“Terceiro Turno”).
De acordo com organização do Curtas, estes filmes “criam uma rota pelo cinema contemporâneo português, através de tradições coletivas e histórias individuais, a ruralidade e suas paisagens, a família e a intimidade, com as tensões sociais aí implícitas e com abordagens que desafiam quaisquer constrangimentos normativos ou de género”.
As 17 obras fazem parte de um programa com 236 filmes, que nesta 29.ª edição do festival, que se realiza entre 16 e 25 de julho, “volta a propor um olhar transversal sobre o cinema mundial, onde os filmes dilatam os tempos, expandem as temporalidades e declinam cronologias e efemérides”.
Sessões presenciais e digitais
O Curtas, que voltará este ano a apresentar uma edição em formato misto, com exibições em sala de espetáculo e nas plataformas digitais, devido às contingências da pandemia de covid-19, apresenta além da contemporaneidade de maioria das obras, uma secção dedicada ao “Cinema Revistado”. Filmes de outras eras, como “Mulholland Drive”, de David Lynch, “O Crepúsculo dos Deuses”, de Billy Wilder, “Serenata à Chuva”, de Gene Kelly e Stanley Donen, “Cativos do Mal”, de Vincente Minnelli, e “Realité”, de Quentin Dupieux, vão ser exibidos, inseridos numa temática apelidada “Hollywood Daydreams and Nightmares”.Nesta edição, o Curtas vai, também, destacar o trabalho de quatro realizadores, a dupla iraniana Ali Asgari e Farnoosh Samadi, da grega Jacqueline Lentzou e do português Jorge Jácome, que segundo a organização “revelam uma abordagem contemporânea e vanguardista, pontualmente disruptiva, que atravessa as fronteiras dos géneros e ousa experimentar os limites da linguagem cinematográfica”.
Os trabalhos destes quatro autores integrarão as secções não competitivas do festival e, de acordo com os responsáveis do certame, “abrem uma porta de entrada para o pensamento contemporâneo de uma nova geração de cineastas que, a par da relevância estética, levantam novas leituras para problemáticas políticas [atuais]”.
Mesmo com a pandemia, o festival mantém os programas destinados ao público familiar e mais jovem, denominados Curtinhas e ‘My Generation’, que contemplam uma seleção de curtas de produção recente e o clássico “O Garoto”, de Charles Chaplin, assim como a competição ‘Take One!’, que reúne trabalhos realizados por estudantes portugueses de diversas instituições do ensino superior nacionais e internacionais.
Igualmente a ser mantida é a aposta na “diversidade e complementaridade” das artes, com a Solar – Galeria de Arte Cinemática a apresentar uma exposição individual do realizador e artista português Diogo Costa Amarante.