Despediu-se da Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim, sob aplauso de todos os presentes na reunião da semana passada o deputado do PS Eduardo Gastão, que renunciou ao cargo após dois mandatos.
Homem de largo percurso na vida política autárquica, e não só na Póvoa, fez no total quatro mandatos na Assembleia Municipal do Porto. Foi eleito logo nas primeiras eleições desde o 25 de Abril e participou ativamente nos passos iniciais do poder local democrático. Mais tarde, há cerca de 20 anos, mudou-se então para a Póvoa.
“A decisão de renunciar foi tomada há um ano mas eu não queria formalizá-la através de um simples papel enviado ao presidente da Assembleia. As sessões por vídeo também não fazem propriamente o meu género, pelo que aguardei uma circunstância em que eu, publicamente, pudesse anunciar a despedida. É o fim de um ciclo e foi uma experiência enriquecedora, mesmo não sendo um poveiro de nascimento”, explicou o próprio.
“Divergências sim mas sectarismo não”
A saída “nada tem a ver” com os combates eleitorais que se avizinham. “O mandato de Aires Pereira tem muita coisa positiva. Podemos discordar e ter visões diferentes mas isso não nos deve impedir de reconhecer o que existe de bom e beneficia a população. Divergências sim mas sectarismo não”. “Obviamente que o PSD parte em vantagem para esta corrida porque já tem algum balanço que vem de trás. Mas o PS não deve abdicar do combate democrático, feito com lealdade e seriedade intelectual”.
Eduardo Gastão, recordou as férias na Póvoa mesmo antes de se mudar para cá, e lembrou uma vida sempre ligada à cidade, tendo inclusivamente cumprido um mandato no conselho de administração do hospital da Póvoa. Nunca foi funcionário mas teve uma ligação na qualidade de advogado.
Aires Pereira também deixou algumas palavras sobre Eduardo Gastão: “É uma pessoa muito aguerrida naquilo que defendia. Apresentava os seus projetos e convicções de forma bastante cordata. Por vezes a discussão subia um pouco de tom, como é normal, mas eu até tenho saudades desses debates na Assembleia porque isso nos ajuda a estarmos mais atentos e construirmos melhores soluções. Não gosto muito das assembleias de abanar a cabeça. Hoje em dia temos alguns candidatos virtuais que só existem na internet e não têm materialização na realidade. E depois temos os habituais, com sempre o mesmo discurso”.