No debate desta semana sobre o orçamento do estado para 2021, Afonso Oliveira, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, reconheceu que os primeiros meses da pandemia colocariam desafios únicos a qualquer governo, mas acrescentou que, se o trabalho para trás tivesse sido melhor, o país estaria agora em posição mais eficaz para lidar com a crise sanitária.
O deputado poveiro transmitiu: “O Governo não preparou o país, não reduziu a carga fiscal sobre as empresas, não investiu no SNS. Uma boa governação teria deixado o país em melhores condições para enfrentar a crise. Na verdade, a narrativa de sucesso ficou mais exposta com esta pandemia. Nem à esquerda está tudo bem porque o Bloco de Esquerda decidiu desta vez não ‘geringonçar’. Só há uma palavra: irresponsabilidade”, criticou, continuando:
“O apoio ao Governo do PS pelos partidos à esquerda foi sempre motivo de grande satisfação e orgulho, por esta Troika que nos governou nos últimos cinco anos. Onde está o sentido de responsabilidade, quando assistimos nas ultimas semanas a amuos, acusações graves, linhas vermelhas que demonstram que perante uma crise, não há sentido de Estado, mas apenas jogos táticos”.
Afonso Oliveira disse também que o Governo devia “sacudir-se de preconceitos” e considerar a importância das empresas no combate à crise. “O que vemos no orçamento é a manutenção de uma carga fiscal paralisante”. O social-democrata vê por isso um orçamento desprovido de estratégia e “praticamente sem economia”, e perspetiva: “Isto pode significar que o Governo já tem em vista apresentar um retificativo em 2021 e está a esconder isso aos portugueses”.
Já a “componente social de apoio a todos os ficaram sem emprego e rendimentos” impõe “medidas de bom senso, solidariedade e justiça que contam com o apoio do PSD”.
Para o poveiro, eleito pelas listas do Porto, os portugueses têm hoje “fundadas razões para estarem muito preocupados com o futuro”, e concluiu: “Esta proposta não resolve o presente nem prepara o futuro. É um mau orçamento para os portugueses, e o PSD vota contra”.