A Polícia Judiciária (PJ) desmantelou um grupo que “integra uma rede transnacional de branqueamento e fraude fiscal”, numa operação que resultou na detenção de quatro pessoas e na constituição de 19 arguidos, singulares e coletivos. Em comunicado, a PJ adianta que, no âmbito da operação, foram realizadas 25 buscas domiciliárias e não domiciliárias, nos municípios de Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Vila Nova de Gaia e Esposende.
Em causa “está a atuação de uma organização de caráter transnacional, controlada por cidadãos estrangeiros, que utilizaria o sistema bancário nacional para sustentar o processo de branqueamento”. Para tal, eram criadas sucessivamente sociedades “detidas e geridas por sujeitos munidos de identidades falsas” e “contas bancárias tituladas pelas mesmas, por onde fluíam as vantagens na sua maioria provenientes da prática do modus operandi TBML (Trade Based Money Laundering)”, indica a Judiciária.
“Os montantes provenientes de origem ilícita eram depositados continuamente nas contas bancárias criadas para o efeito, sendo depois transferidos para contas correspondentes, domiciliadas em países terceiros”, acrescenta ainda.
A operação envolveu 110 elementos da PJ e contou com a colaboração de elementos da ASAE, nas diligências que tiveram lugar em armazéns/estabelecimentos e que simultaneamente serviam como residências dos suspeitos.
Entre as apreensões efetuadas, contam-se “quatro viaturas topo de gama, um montante superior a 1,5 milhões de euros em numerário, 25 contas bancárias, diversa documentação relativa à prática dos factos, material informático e ainda cartões bancários e de telecomunicações”, segundo a PJ.
Depois de presentes no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para primeiro interrogatório judicial de arguido detido e aplicação das medidas de coação, três dos detidos ficaram em prisão preventiva e um sujeito à medida de coação de proibição de contactos e apresentações a cada três semanas.