Sandra Oliveira e Silva, natural de Balasar, preside o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol. Para assinalar o Dia Internacional da Mulher, o MAIS/Semanário recolheu a opinião da advogada e ainda de Mariana Arteiro, futebolista e personal trainer, e Maria de Sá, atriz.
Sandra Oliveira e Silva: “Desenvolvo atividades em três áreas diferentes, todas no Direito. Sou professora na Faculdade de Direito da Universidade do Porto, advogada e agora presidente do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.
Em cada uma destas áreas, as exigências são diferentes. No plano universitário, desde o início da minha carreira que senti uma boa integração. A minha experiência pessoal é a de uma integração das mulheres e dos homens em plena igualdade. Não há diferenças no plano salarial, porque os salários são fixados a nível legislativo e são obviamente os mesmos. Também não senti nunca diferenças de tratamento, até porque as mulheres já eram a maioria quando eu me tornei assistente na faculdade. Parece-me que existe plena igualdade de tratamento, não noto diferenças.”
Mariana Arteiro: “Ser mulher na minha área de trabalho não é fácil, apesar que antes, ainda era mais complicado. Eu sou personal trainer e ainda é visto um bocadinho como um trabalho mais masculino. Ainda passamos, às vezes, algumas dificuldades na questão de, por exemplo, há homens que não pedem tanto a nossa ajuda, porque acham que nós não aguentamos com o peso que eles estão a pegar.
Antigamente, o futebol feminino era visto de uma forma diferente, não havia muita procura, também não havia muitas equipas, era muito limitativo. Neste momento já há imensas equipas, já há pessoas a investir nisso e acho que cada vez mais vai haver sempre essa questão de ser um processo de evolução.”
Maria de Sá: “É um caminho difícil a percorrer, porque é um caminho ainda não diria fechado, mas se procurarem quantas séries são escritas por uma mulher, quantas são realizadas por uma mulher, cada vez se vê mais, mas eu lembro-me de há uns anos fazer uma pesquisa e dava 3, ou seja, é muito pouco para a quantidade de mulheres e de projetos que eu vejo e pessoas que eu conheço que querem fazer e são mulheres e têm essa vontade.
Vejo claramente que há uma luz ao fundo do túnel, só que também é preciso ter paciência e também não desistir, ou seja, as mulheres também não desistem, levam muitos ‘não’ e continuam sempre até conseguirem”.
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