A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou que, das 15 mortes associadas ao surto de ‘legionella’ que no final de 2020 afetou a região do Grande Porto, incluindo Póvoa de Varzim e Vila do Conde, só 9 foram diretamente atribuídas à doença.
No parlamento, Graça Freitas afirmou que dos “15 óbitos considerados [no surto], algumas vítimas tinham outras comorbilidades associadas, nomeadamente covid-19, em dois dos casos”.
“Quando se codificou as causas das mortes, foram considerados 88 casos e 9 mortes óbitos atribuíveis à legionela. Duas mortes foram atribuídas à infeção por SARS Cov2 e as outras a patologias graves avançadas em doentes também com idade avançada”.
Graça Freitas fez estas revelações numa audição na Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, no Parlamento, requerida pelo grupo parlamentar do PSD, onde se tentou apurar as causas, procedimentos inspetivos e eventuais responsabilidades do surto.
“Sem deixar de lamentar profundamente os casos e as mortes, este tipo de surto tem uma letalidade associada, e atingindo pessoas de idade avançada, como aconteceu, provoca uma taxa de letalidade elevada”, vincou.
Lembrou ainda que, em casos como este, a responsabilidade da entidade que dirige é de “acompanhar, uniformizar critérios, colaborar e partilhar informações”, mas vincou que gestão deste tipo de surtos “é feito primordialmente pelas Autoridade de Saúde locais e depois pela Autoridades de Saúde regionais”.
“Fomos formalmente informados do surto no dia 05 de novembro, e a partir desse momento colaboramos dentro do que é nosso mandato. Há uma hierarquia que tem de ser respeitada, cumprimos o nosso papel, em articulação com as entidades da região norte”, completou a responsável da DGS.