As eleições autárquicas realizam-se no fim de setembro, princípio de outubro; são as mais genuínas, porque as pessoas conhecem bem os candidatos e, naturalmente estão em melhores condições para escolher, votar e eleger. Quando se opta, quando se escolhe há uma referência em quem se confia e acredita, “máxime “o candidato a Presidente de Câmara, o que está em melhores condições de lutar pela melhoria e engrandecimento da sua terra, qualidade de vida e interesses dos seus munícipes.
Ora, já houve alguns que só estragaram…, mas outros, os “Presidentes Modelo” deixaram uma MARCA, que saindo da “caixa”, com grandes horizontes, grande visão estratégica, ousados, bom gosto, inovaram e transformaram quase aldeias em cidades modernas e prósperas. Quando é constituída uma “equipa “ – sob a égide do candidato a Presidente e da estrutura local – para governar, inelutavelmente, terá que ser considerado que antes de governar, terá que vencer. La Palice não diria melhor. Esse “quadro” é simples e evidente, mas nem sempre pensado, interiorizado com a devida atenção e concentração. Aliás, já aconteceu que bastou um candidato para influenciar, decisivamente, uma derrota.
Considero no perfil do candidato autárquico inultrapassável o ter aptidão natural, inata, “alma”, amar a sua terra, ser defensor de causas, carácter, credibilidade, prestígio, elevado sentido ético, seriedade, rigor, lucidez, discernimento, ambição, capacidade de trabalho, de antevisão do futuro, determinação, em suma, competência. O candidato a Presidente também deverá conhecer bem os cantos ao seu “território” para ter um diagnóstico nas várias dimensões urbanística/arquitetónica, social, económica, ambiental, cultural, lazer, desportiva e com espírito de missão e de responsabilidade disponibilizar-se para tudo melhorar e resolver com boas ideias, com um bom PROJETO, um bom PROGRAMA, criando mesmo, se necessário, condições para fazer reformas no planeamento municipal. Deve-se sublinhar, que não deverão ser esquecidos os pequenos problemas, que são gigantescos para alguns. Deverá estar nesse paradigma, nunca complicar o que é fácil, nunca ser um “menino do coro”.
Há partidos com o processo autárquico mais adiantado do que outros. O PSD tem o seu praticamente “fechado”. O líder Rui Rio com algumas apostas pessoais empenhou-se desde muito cedo e bem no “dossier”; criou uma Comissão Autárquica Nacional que em articulação com as estruturas locais selecionou, escolheu e como que automatizou os atuais Presidentes recandidatarem-se, o que de uma forma insólita e surreal não caiu bem nalguns. Existe um acordo entre o PSD e o CDS com a base de 2017 em que as estruturas locais podem entender-se, mas que só vingará, com o assentimento das duas nacionais e que pode ser estendido a outras forças partidárias, mas nunca ao Chega. Tudo indica que o PS aumentará o seu ritmo de concretizações no próximo mês. Os restantes partidos, com outra filosofia, pouca expressão e pouca implantação autárquica vão fazendo as suas escolhas …
As candidaturas Independentes têm as suas próprias ponderações e os seus próprios “timings”.
Num futuro de inúmeros desafios e incertezas, há que descentralizar competências e reforçar o poder autárquico, pela necessidade e exigência de muitas vezes ter que complementar e suplementar, o que obriga a boas escolhas e a Presidentes que honrem o seu lugar.
P.S.: – Presto homenagem ao meu amigo José Maria Ferreira Alves, antigo proprietário e diretor do jornal “O Progresso de Paredes” – pai de Carlos Daniel, diretor na RTP -, que, entretanto, deixou de estar entre nós, que sempre manteve a independência no seu editorial.