Embarcações de Póvoa e Vila chegam do mar na incerteza se conseguem escoar o pescado

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Desde há dois meses para cá, a venda do peixe diminuiu cerca de 30 por cento. Para a maior comunidade piscatória do país – Póvoa de Varzim e Vila do Conde – a pandemia, o confinamento e os restaurantes fechados são fator de ainda maior preocupação.

Ao chegarem do mar, o momento de descarregar o peixe capturado está hoje acompanhado de incerteza. Os ganhos do dia são sempre uma incógnita.

“O peixe já baixou uma média de 30% em relação ao que estava há dois meses. Com a restauração encerrada, tem pouca saída, sobretudo o pescado de maior valor. Por isso, nem queremos insistir muito nesta pesca porque não nos adianta”, disse à TVI um dos tripulantes da embarcação Silva Marques, da Póvoa de Varzim.

Assim, por estes dias apanham principalmente o peixe mais barato, explicou Manuel Rocha, com embarcação de Vila do Conde. Além do pouco pescado que consegue vender, enfrenta também por vezes as difíceis condições do mar, uma vez que a barra nem sempre permite a saída das embarcações.

“O meu irmão faleceu à entrada da barra. Estamos de sempre de coração nas mãos ao atravessá-la, até porque eu pesco com o meu filho e genro”, contou.

Desce o preço do produto e aumentam as despesas das embarcações. Só ao nível de combustível e vistorias, os custos rondam os 1500 euros por mês. Com tantos obstáculos, são já vários os que vão pensando em desistir.