Filme de Manoel de Olveira exibe camisola poveira

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“Ema entrou na sala. Estava mais alta, a delgada cintura balançava dentro do grande pullover de pescador.” A frase transcrita do reconhecido livro “Vale Abraão”, de Agustina Bessa-Luís, não deixa margem para dúvidas de que se trata da camisola poveira.

Primeiro em livro e, agora, em filme, o cineasta Manoel de Oliveira vestiu Cécile Sanz de Alba (personagem Ema, em jovem), com a camisola poveira, na adaptação do romance ao cinema.

Agustina Bessa Luís viveu na Póvoa de Varzim, quando o seu pai era gerente do Casino da Póvoa; Manoel de Oliveira fora frequentador assíduo dos cafés da cidade, depois de se tornar amigo próximo de José Régio, o autor que elegeu o Diana Bar como lugar de eleição para escrever.

Assim, a alusão à inspiração na camisola poveira, reside no facto de ambos os autores, como visitantes da Póvoa de Varzim, terem visto os banheiros trajando as camisolas poveiras, conhecido a sua história e o orgulho que ela transporta em cada ponto tricotado.

Ao minuto 9m38s, do filme “Vale Abraão”, surge a personagem Ema envergando a camisola poveira.