O Governo português revelou esta sexta-feira a intenção de agir judicialmente, ou por outras vias, para defender a camisola poveira, após a polémica da estilista norte-americana Tory Burch que vendeu a peça como se fosse uma criação sua.
“A ministra da Cultura, Graça Fonseca, tomou a iniciativa de solicitar a identificação das vias judiciais e extrajudiciais ao dispor do Estado português para defender a camisola poveira enquanto património cultural português”, anunciou o Governo, em nota de imprensa.
“O Governo, tendo comunicado a sua intenção à Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, fará o que estiver ao seu alcance para que quem já reconheceu publicamente o seu erro não se demita das suas responsabilidades e corrija a injustiça cometida, compensando a comunidade poveira”, lê-se no documento, referindo-se ao facto de Tory Burch ter pedido desculpa aos portugueses por referir que o modelo que comercializa ser inspirado em Baja, no México, não mencionando as semelhanças com o traje poveiro.
O Governo assume como prioritária “a valorização, proteção, preservação e salvaguarda do património imaterial português, como um importante ativo cultural e económico”, anunciando que está a criar a Associação para o Saber Fazer.
“Após ter tomado conhecimento das suspeitas de uma eventual apropriação abusiva de um importante património imaterial português – a camisola poveira – o Governo está determinado em agir em conformidade na proteção deste saber fazer português”.
Foto arquivo de José Alberto Nogueira