Greve dos enfermeiros no hospital Póvoa e Vila do Conde com adesão de 91%

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A greve dos enfermeiros no Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim/Vila do Conde teve esta terça-feira uma adesão de 91% anunciou a coordenadora da direção regional do Porto do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

A paralisação, convocada especificamente para esta unidade de saúde, e que decorreu à margem da greve nacional convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermeiros, insere-se nas incitativas regionais do SEP, e, segundo os sindicalistas, paralisou vários setores deste Centro Hospital.

“Pela ronda que fizemos nos serviços, a adesão é 91 %, com os blocos de cirurgia a serem os mais afetados, com as intervenções programadas a não se realizarem”, disse Fátima Monteiro, coordenador do SEP.

A sindicalista enumerou três principais motivos para esta paralisação, destacando a reivindicação pela “justa e correta contagem dos pontos para efeito de descongelamento das progressões da carreira, independentemente do vínculo de cada enfermeiro”.

“Apesar de o primeiro ministro ter dito que os enfermeiros iam ser dos mais beneficiados no descongelamento das progressões de carreira, a verdade é que as instituições não têm dado sequência ao compromisso assumido. Exigimos que os conselhos de administração dos hospitais tenham poder para fazer estes descongelamentos”, disse Fátima Monteiro.

Ainda no rol de reivindicações, a coordenador do SEP afirmou que o Centro Hospitalar que serve as cidades da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, ainda não pagou os suplementos aos enfermeiros especialistas.

“O suplemento que o governo assumiu é de 150 euros, e apesar de não ser valor suficiente para valorizar as competências de um enfermeiro especialista, tem der pago. Este hospital ainda não pagou o complemento remuneratório a nenhum enfermeiro, e já o devia ter feito em janeiro”, afirmou.

A dirigente sindical lembrou, também, que esta jornada de protesto pretende alertar para a falta de contratação de mais enfermeiros para os serviços.

“Há uma enorme carência de enfermeiros para colmatar a passagem das 40 a 35 horas de trabalho semanais. Os hospitais sentem essa necessidade, e se não têm autorização para contratar devem pressionar a tutela para tal”, vincou Fátima Monteiro.

Sobre o facto desta paralisação versar, somente, o hospital Póvoa de Varzim / Vila do Conde, a sindicalista sublinhou que “há problemas que são particularmente sentidos em determinados locais, porque as administrações têm diferentes posturas”.

“Aqui na Povoa de Varzim/Vila do Conde ainda ninguém recebeu o complemento de enfermeiro especialista, enquanto os outros hospitais já todos receberam”, concluiu.

Fotos José Alberto Nogueira