Horpozim alerta para impacto “preocupante” da seca

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Foto: José Alberto Nogueira

Os horticultores da Póvoa de Varzim estão preocupados com as consequências da seca que se faz sentir na região Norte. Em declarações à agência Lusa, o presidente da Horpozim prevê que “será ainda mais preocupante” se, até ao verão, a seca continuar.

“Estamos numa região de minifúndio, com parcelas pequenas e muito juntas, todas elas com o seu próprio poço. Se os lençóis freáticos continuarem a não ser renovados será ainda mais preocupante chegar ao verão e sem ter água”, partilhou Manuel Silva.

Como explica o dirigente associativo, “sendo um ano com menos chuva, temos de regar as culturas mais vezes com a água dos poços. Mas, para a retirar, temos de usar os motores, tanto elétricos como a combustível. Ora, com o preço da energia a subir consideravelmente, os custos da produção são cada vez maiores. A médio prazo será impraticável”.

As temperaturas mais amenas que se registam no norte e centro da Europa também não ajudam à situação. Normalmente, no inverno, o frio que se faz sentir nessas regiões significam “uma janela de oportunidade de exportação” de produtos agrícolas.

“Este ano, como não há tanto frio e gelo nos campos dessas regiões, não tem havido tantas encomendas e as que há são com preços mais baixos, porque há mais oferta. Tem sido mais difícil escoar produtos e com mais-valias”, diz Manuel Silva.

A Horpozim tem mais de 850 associados no Litoral Norte, que fornecem grande parte dos produtos agrícolas consumidos em Portugal, como alfaces, tomates, cebolas e cenouras.