Igreja de Rates continua a aguardar ação da tutela: “triste realidade”

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Foto: José Alberto Nogueira

A 17ª edição do Ciclo de Música Sacra da Igreja Românica de S. Pedro de Rates foi encerrada a 28 de maio. No final desta edição, o diretor artístico do evento, José Abel Carriço foi questionado sobre o estado do ‘palco’ do Ciclo, tendo lamentado que seja “necessário que forças, entre aspas, exteriores, provocassem que as autoridades acordassem para esta triste realidade”.

Segundo o testemunho do professor, no inverno, “é constante a chuva cá dentro, é constante ver as paredes a escorrer água, os móveis que estão encostados à parede, tudo a sofrer, a perderem-se, porque realmente não há cuidados e é lamentável que, mesmo com a boa-vontade dos locais, não seja possível fazer-se [o arranjo da igreja]”.

Lembre-se que a Igreja Românica de Rates, por ser protegida enquanto monumento nacional, não pode ser reabilitada de qualquer forma sem a autorização estatal, nomeadamente da Direção-Geral do Tesouro e Finanças. Nem uma limpeza às pedras pode ser feita, esclareceu o presidente da Junta, Paulo João Silva, no final de abril ao MAIS/Semanário: “nós não podemos aplicar qualquer produto, nem tocar, digamos assim, no edifício”.

“É um grito também nosso, do Ciclo de Música Sacra, para que haja maior atenção cá ao espaço, que é um rico espaço cultural, é património nacional, tem uma representatividade a nível da arquitetura religiosa única”, garante José Abel Carriço. “E, como tal, não o podemos deixar cair”.

Nesse sentido, apela a que “todos nós também mexamos alguma coisa”: “demos um berro, um grito a dizer ‘acordem, temos necessidade de que as obras se façam’, e é isso que é importante”.