IN Póvoa: projeto “é essencial” para a inclusão, mas precisa de mais voluntários

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O IN-Póvoa, projeto que auxilia e facilita a deslocação de pessoas com deficiência ou dificuldades de mobilidade até ao mar, está presente em certas praias da Póvoa de Varzim até ao final de agosto. O MAIS/Semanário falou com alguns dos voluntários e acompanhantes envolvidos no projeto, que realçaram a importância do mesmo mas apelaram à participação de mais pessoas.

Elisabete Lima

Elisabete, filha de Maria Cândida, uma das utentes do projeto, recorda uma situação de uma menina com autismo, não verbal, que “quando se molhou, começou a chamar o nome da educadora”. “Este entrar na água, esta emoção, foi tão forte que despertou o desejo de manifestar falando aquilo que sentia”, afirma.

Elisabete, à direita, com a mãe Maria Cândida e a irmã Nádia

“Isto mexe muito com as emoções das pessoas e isso é muito gratificante. Mesmo as pessoas que não querem molhar os pés, aquele acompanhamento, aquilo que falar, aquele estar, enche o coração das pessoas. Pelo menos sentem que naquele momento não estão sozinhas, têm alguém que as compreendam e que as ajuda, alguém que está com elas”, reforça.

Beatriz, Luísa e Joana

As três amigas são das voluntárias mais novas desta edição do IN-Póvoa. Com 16, 16 e 17 anos, respetivamente, entraram no projeto juntas – o pai de Joana faz parte da coordenação e convidou-a a participar, convite que a jovem estendeu à amiga Luísa que, por sua vez, alargou a Beatriz.

Acreditam que o projeto é “essencial, porque assim há mais inclusão e acessibilidade nas praias. Nem toda a gente pensa nesse assunto, mas na hora todas as pessoas têm direito à água. Então, acho que este, principalmente este projeto, tem uma enorme importância, pois como o mar é praticamente o ex-libris da Póvoa, acho que é muito importante este projeto”, como diz Luísa. É também uma “maneira de ocupar nosso tempo nas férias e de fazer o bem, ajudar as outras pessoas”, diz Beatriz.

Joana concorda, e apela a que mais pessoas se associem ao projeto. Gostaria ainda de ver o projeto em “mais praias, não só na cidade da Póvoa, como agora tem em Aver-o-Mar e na Aguçadoura, mas também para toda a costa do concelho”.

Francisco Fonseca

Aos 23 anos, o estudante de Ciência Política e Relações Internacionais vem de Lisboa para participar no IN-Póvoa. “Já participei no IN Póvoa em 2019, sendo que este é o primeiro projeto pós-pandemia. Acho muito interessante o facto de proporcionarmos um ambiente agradável para todos os beneficiários que queiram estar aqui no IN Póvoa”, afirma.

As ligações familiares que mantém na Póvoa de Varzim ajudam à participação, que espera continuar nos próximos anos. “Pretendo continuar nas restantes edições, de forma a proporcionar para toda a gente uma inclusão, ou seja, permitir que todos tenham acesso àquilo que nós temos também”.

“As pessoas que são os beneficiários têm um acesso ao que todas as pessoas que estão na praia também têm acesso, ao mar e à bela praia da Póvoa”, diz Francisco.

Reportagem completa na edição papel de 3 de agosto do jornal MAIS/Semanário.