João Marques…música com fidalguia e classe!

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O Professor João Marques é um dos homenageados neste ano da graça de 2019, pela autarquia poveira. Quem conhece o trabalho e o percurso profissional e público do Professor João Marques, e os poveiros têm obrigação de o saber e de conhecer, ou não fosse ele o ‘criador’ do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, sabe o quanto deve e tem batalhado, para que este evento cultural, que granjeou notoriedade mundial, seja uma imagem de marca. Daí este ser um reconhecimento justo, devido, necessário, plenamente merecido. João Marques, é um daqueles discretos artífices poveiros, um dos poucos, que com o seu trabalho, empenho e conduta ética, ainda nos fazem acreditar que vale a pena não abrir mão de Valores e Princípios que definem Homens Bons, de bons homens.

Sou suspeito, reconheço, pela amizade que desde jovem me liga ao João Marques. O convívio na casa dos seus familiares, quando a ‘zona da Lapa’ não tinha o interesse que com o advento da ‘caça ao voto’, a tornou uma coutada apetecível, era um mundo onde a música, boa, fluía, irmanava, tecia cumplicidades. Então, nossa liberdade de sonhar com um mundo bom e melhor, ainda não tinha sido maculada por tantos maus exemplos de misérias humanas, hipocrisias e vã glória. Já então o João era um Senhor. Um ser humano simples, sem ser simplório, de trato pessoal gentil, afável, cordial e amigo. Discreto, é um Cavalheiro no relacionamento com a música, um Fidalgo no gosto e nas escolhas, distintas e diversas nos temas e nos intérpretes, qualidades com que brindou aqueles que durante cerca quarenta anos, tantos foram, os que dedicou ao Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, aos seus alunos, aos que com ele se cruzaram. A força da lei obrigou-o a afastar do serviço público. Deixou uma obra, um acervo de realizações plenas de inestimável divulgação internacional, do modo poveiro de enaltecer a música, e saber brindar e receber os melhores que nela vivem. Sou suspeito. Claro. Sou amigo. Mas isso não me tolhe o sentido crítico, equilibrado e justo, livre, aliás, comportamento e forma de ser e estar, que até os mais distantes, em desacordo, fazem ponto de honra em me testemunharem. Um testemunho que fica também comprovado na unanimidade da decisão dos responsáveis políticos com assento na autarquia poveira, que deste modo, ao homenagearem no Dia da Cidade um Homem que serviu a sua Póvoa, o Professor João Marques, também eles saem enobrecidos.

Sem música, mas com classe… muita classe, na hora da celebração pública, um brinde à amizade.