Legionela: presidentes de Câmara de Póvoa e Vila solicitam reunião com unidade de saúde local

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Cerca de mês e meio após os primeiros casos de legionela nos concelhos de Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Matosinhos, ainda não há certezas sobre a origem do surto. Elisa Ferraz e Aires Pereira, presidentes das autarquias vila-condense e poveira, pediram uma reunião com a unidade de saúde local para saberem o ponto de situação.

As torres de refrigeração da empresa Longa Vida, em Matosinhos, terão acusado positivo para a bactéria, mas esse dado, por si só, não é suficiente para retirar conclusões definitivas.

“Não há certezas absolutas que o foco tenha estado naquela empresa e as análises a nível da saúde estão concluídas. Há agora uma investigação a nível do Ministério Público, uma vez que estamos perante um crime ambiental”, disse Elisa Ferraz na assembleia municipal de Vila do Conde, realizada quinta-feira.

“Não falo do que não sei e há que ter cuidado com os alarmes que se lançam. Só quando se conseguir ter a certeza de que a estirpe de legionela existente naquela torre de refrigeração é compatível com a estirpe ou estirpes que levaram à morte das pessoas é que poderemos ter uma certeza absoluta que foi a partir dessa empresa que as mortes foram causadas”.

Por agora, “aguardamos que haja uma conclusão”, apontou a edil. “Devo dizer que eu própria e o senhor presidente de Câmara de Póvoa de Varzim pedimos à unidade de saúde local uma reunião para que se possa fazer uma avaliação deste caso”.

Estas declarações surgiram após uma interpelação da deputada Luísa Maia, do PSD, que criticou o “silêncio sepulcral” da Câmara acerca deste tema. O surto estará “supostamente controlado” mas os danos foram “irreparáveis” com cerca de nove centenas de infetados e uma dezena de e mortes, lembrou.

Elisa respondeu que a autarquia acompanhou desde o inicio este processo: “Terei sido a primeira presidente de Câmara da região a alertar o delegado de saúde para um caso de legionela na nossa cidade, e que foi mesmo o primeiro que veio a lume. Fui eu que tive conhecimento porque se trata de uma pessoa que até me era próxima. Desde o dia 2 de novembro que encetámos um trabalho de acompanhamento junto das unidades de saúde da região”.