O País vai a Eleições para a Assembleia da República, donde sairá a governação. Põe-se aos Portugueses a interrogação de saberem quem está em melhores condições de lhes trazer uma melhoria de qualidade de vida e um melhor Portugal; quem deverá ser o “motor” do país. Ora, após campanha eleitoral, o conhecimento das várias “linhas força“, dos programas eleitorais, dos projetos, dos vários posicionamentos políticos/filosóficos/económico/sociais e também em quem se pode acreditar e depositar confiança para os levar à prática de uma forma séria, responsável, eficaz, ficam criadas condições para a votação no próximo dia 6.
A campanha “tout court” foi pobre, sem grande conteúdo político. Houve nalguns canais televisivos entrevistas, debates que também se transformavam em entrevistas, que sempre “pecaram” por muito sectorizadas, que poderiam e deveriam ser mais esclarecedoras, em que alguns “pivôs”, por vezes, não queriam respostas, mas fazer muitas e atabalhoadas perguntas. Os melhores debates foram, os muito aguardados, entre os líderes do PS e do PSD. O de com três canais de televisão juntos e o de também com três rádios – mais vivo – também juntas, em que os moderadores os conduziram bem e de uma forma eficaz, embora condicionados pela falta de tempo. Foram debatidas as matérias avançadas pelos jornalistas em que os arguentes explicitaram, com clareza, como as “viam”. Não houve um vencedor, nem um vencido: equivaleram-se. António Costa esteve bem, com ideias arrumadas, muito seguro, mostrou-se conhecedor de todos os “dossiers”, de grande “visão” estratégica e de uma forma muito responsável, sempre sabiamente comunicava e argumentava com clarividência e foi dizendo que os portugueses e o país estão melhor porque o seu governo “rompeu” com o passado, tomou o rumo certo, as opções corretas e houve a sempre importante e necessária estabilidade política. Rui Rio que tem vindo a fazer uma campanha em crescendo, imprimindo uma forte dinâmica, também esteve bem. Para muitos superou-se. Penso que foi, apenas, ele próprio, genuíno, porque livre, sem a “espada” que os pseudocorreligionários lhe têm apontada. Tem sido malevolamente fustigado, “martirizado” por um “complot” de muitos “politiqueiros gananciosos” – o que muito sub-repticiamente aflorou – que vão usando o partido. Tem uma forma de fazer política que muitos não “gostam”, nem nunca gostarão… Se continuar a sua forma de ser e de estar, acabará por ganhar…os dois líderes são – indubitavelmente – dos melhores no ativo dos seus partidos: competentes, sérios, responsáveis, com bons projetos políticos, embora com soluções e prioridades diferentes e sempre põem os interesses do país e dos portugueses à frente dos do partido.
O PS que suporta o governo fez a campanha que lhe era exigido. É o Partido que se apresenta melhor, mais preparado com um bom programa e candidatos competentes, com peso político, credibilidade, experiência, mais profissionalismo, que transmitem CONFIANÇA aos portugueses e encontram soluções para o país enfrentar com segurança o Futuro. Apresenta no Porto, embora em lugar não elegível, o poveiro Hugo Gonçalves. O PSD destroçado está ligado a uma grande e séria debilidade económica/financeira/social, que muito o prejudica. O partido foi tomado por um grande cinzentismo, nalguns casos ridículo, com muita culpa dos dirigentes dos últimos anos. Está descaracterizado, aparecendo como um equívoco ideológico. Rui Rio tem tentado recredibilizá-lo, recentrá-lo, mobilizá-lo, o que não é fácil, tanta é a aleivosia, tantos são os seus detratores, intriguistas, que estão à espreita dum seu desaire. Mas, devo também dizer que não soube rodear-se dos melhores, o que irá prejudicá-lo nas eleições. A Póvoa bem merece o candidato Afonso Oliveira, que está em lugar elegível. Também a poveira Carla Barros é candidata, num lugar dado aos TSD´s, embora numa zona cinzenta. BE, CDS, PAN mostraram com evidencia a sua ânsia de “caça” ao voto com campanhas muito demagógicas, populistas e propostas altamente irresponsáveis e perigosas que levariam o país a regredir, a cair no abismo, no caminho duma nova “troyka” e a pôr a democracia portuguesa em causa. A CDU que tem em primeiro lugar por Viana do Castelo o poveiro Jorge Machado, tem feito a campanha no seu estilo e com as suas habituais propostas.
Independentemente de tudo, é determinante que se evitem sofismas e comparações demagógicas e populistas para que não se desprestigiem causas sérias, muito sérias. Há que certificar os discursos, as meias verdades, as mentiras. O Bloco chegou a dizer-se de contas certas e social-democrata. Imagine-se!… Há que ajuizar, refletir, pois há os que dizem conseguir “o sol na eira e a chuva no nabal“.
O dia 6 é muito importante para um futuro muito imprevisível, de Portugal e dos Portugueses. VOTEMOS.
Mário Bettencourt Sardinha