O Lions Clube da Póvoa de Varzim organizou, na sexta-feira à noite, uma palestra online, subordinada ao tema: ‘A Pandemia – Que desafios para a Economia’. A reunião enquadrou-se no tópico corrente sobre “A Pandemia” e contou com a participação dos economistas António Nogueira Leite, professor da Universidade Nova de Lisboa, Afonso Oliveira, deputado na Assembleia da República e de Miguel Pinto, diretor da Continental Advanced Antenna.
António Nogueira Leite disse que acerca do estado em que se encontra a economia “temos uma crise sanitária que impede o funcionamento da economia”. Tendo em conta que os apoios recebidos para colmatar a crise são atribuídos em função dos orçamentos nacionais, “países como Portugal foram extremamente modestos no apoio que deram”. Como estímulo até 2027, aponta que “temos um envelope financeiro” no âmbito do Programa até 2021, do PRR (Bazuca) e ainda dos programas de apoio comunitário até 2030. No entanto, Portugal possui uma adversidade, “a chamada armadilha do desenvolvimento intermédio”, é preciso uma abordagem ponderada relativamente ao plano de recuperação económica, “não podemos só gastar, a ideia é aplicar bem o dinheiro”. Segundo António Leite, os principais desafios para Portugal centram-se no investimento lógico na administração pública e nos investimentos no setor privado.
Por sua vez, Afonso Oliveira reflete que ao longo do trajeto económico feito no século XXI “o nosso crescimento foi anémico, não existiu”, Portugal apresenta-se inapto para sair deste círculo vicioso. A “falta de ambição estratégica para o país” reflete a incapacidade de o mesmo aumentar os níveis de produtividade. É necessário repensar as estratégias a serem adotadas, “perceber as fraquezas da economia”. Portugal, em 2020, foi dos países que menos esforço orçamental fez para apoiar a economia, parte da solução teria de passar por “uma gestão muito clara e intensa dos fundos” pois este é considerado “um momento vital para Portugal”.
Miguel Pinto, diretor da Continental Advanced Antenna, iniciou a sua intervenção concordando os discursos feitos pelos outros convidados. Este, considera essêncial manter a capacidade produtiva de maneira a atingirmos “um crescimento que nos permita chegar perto dos países mais desenvolvidos da Europa”. A distinção entre “fundos estruturais que servem para alavancar o crescimento das empresas” e a “subsidiodependência das empresas” é fundamental. Refere ainda que “somo um país remediado, não nos podemos dar a luxos”.
Numa dinâmica promovida pelo Lions da Póvoa, presidido por José Manuel Almeida, os convidados esclareceram ainda a plateia sobre os desafios e possíveis soluções para o novo arranque da economia portuguesa.
Carlos Ferreira, Governador do Lions Clube Portugal D115 CN, encerrou a sessão com um agradecimento a todos os presentes, deixando a mensagem de que é preciso “olhar para os desafios de frente, encará-los e tentar ultrapassá-los”.