Mais de 18 mil profissionais de saúde fizeram formação relacionada com a prevenção da violência no local de trabalho, nos últimos dois anos, com o objetivo de reforçar as instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com estruturas de apoio jurídico, segundo uma nota da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Os dados relativos a este processo foram apresentados numa sessão no webinar ‘PAPVSS: após dois anos, novos desafios, novas estratégias’, pelo Plano de Ação para a Prevenção da Violência no Setor da Saúde, promovida pela DGS.
A plataforma Notifica da DGS revelou que, durante o ano de 2023, foram notificados pelos profissionais de saúde 1.036 episódios de violência contra profissionais de saúde, o que representa uma diminuição face a 2022, ano em que se registaram 1.632 ocorrências. Já nas instituições de saúde, foram registados 3.024 casos de violência, entre o início de 2022 e junho de 2023.
A maioria das vítimas de agressão registados em 2023 são enfermeiros, seguindo-se os médicos, os assistentes técnicos e os assistentes operacionais. A violência psicológica é o fator mais preocupante nos episódios de violência, com 67% dos casos ocorridos, seguindo-se da violência física e o assédio moral.
Para combater este problema, a rede de apoio psicológico a profissionais de saúde está presente em 81% das instituições do SNS, tendo apoiado, desde o início de 2022, 864 profissionais de saúde. Deste modo, estão a ser criados gabinetes de mediação de conflitos que “asseguram intervenções individuais e treino de competências pessoais e sociais em equipa fundamentais para a gestão de conflitos”, aponta a DGS.
O Ministério da Saúde e, em particular, a DGS apresentam constante preocupação em “reforçar as condições de segurança e mitigar os fatores que potenciem fenómenos de violência”. Portugal também tem um plano de abordagem inovador no setor da Saúde, com efeitos positivos reconhecidos internacionalmente. De acordo com a DGS, este plano concentra-se em “prevenir a violência no setor da Saúde, abordar adequadamente os episódios de violência, apoiar os profissionais, vítimas de violência e mitigar as suas consequências”.