Por todo o concelho da Póvoa de Varzim e, na realidade, por todo o país, as manifestações e greves de professores têm-se multiplicado. Ainda na manhã desta quarta-feira, mais de uma centena de professores concentraram-se em protesto junto do edifício da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, exigindo melhores condições para a profissão.
Foi também o caso da manhã da última segunda-feira, quando dezenas de professores da Escola Básica Dr. Flávio Gonçalves faltaram ao primeiro tempo e reuniram-se em frente do estabelecimento.
Susana Carrasquinho, que assumiu a organização da greve, explicou ao MAIS/Semanário que a forte adesão se justifica pelo “acumular de muitas situações de muitos anos. Os professores sentem-se revoltados com vários ataques, quer à classe quer no aumento do trabalho e não do trabalho em prol dos alunos. É trabalho institucional, preenchimento de papéis para justificar medidas implementadas pelo governo. É o cansaço”, admite.
Do Sindicato Independente de Professores e Educadores, Pedro Meira garante também que os professores estão cansados. “Há grupos disciplinares cujos professores têm mais de 200 alunos – quando é a altura das fichas de avaliação, são mais de 200 testes. Para não falar que há grupos disciplinares que têm 500 alunos”, frisa. “Estamos a falar que, além de estar a corrigir os testes, estão a dar as aulas. Depois temos logo as reuniões de avaliação”, lembra o dirigente sindical, “para conseguirmos isto tudo, é evidente que o desgaste é bastante”.
Este texto faz parte de um artigo publicado esta semana no jornal MAIS/Semanário, que pode ler na íntegra na edição papel ou na edição digital (PDF).