As freguesias afetadas pelo mau-cheiro proveniente do aterro de Paradela endereçaram uma carta de repúdio a várias entidades, incluindo a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, a Resulima (que gere o equipamento), a ministra do Ambiente e a comissária da União Europeia.
Segundo a Junta de Freguesia de Laúndos, uma das signatárias da carta, “desde o primeiro dia de aulas o fedor não para”, e “mesmo com o odor intenso aos incêndios que se faz sentir por estes dias, o fedor da Resulima ainda se consegue sobrepor”.
As Juntas de Freguesia afirmam mesmo que, no primeiro dia de aulas deste ano letivo, os odores provocaram “vómitos” em crianças, a caminho da escola, “com a necessidade de voltaram para trás para trocarem de roupa”.
A carta de repúdio indica que os “odores nauseabundos” afetam “negativamente as populações vizinhas, num raio que em função dos ventos atingem cerca de 11 mil cidadãos em mais de uma dezena de freguesias”.
“Desde a primeira hora muitas foram as manifestações, quer por via destas autarquias, quer por via dos populares, alertando para os maus odores e a falta de condições de acesso rodoviário ao aterro”, lembra. Contudo, “o problema ainda não se resolveu nem parece ter solução à vista, pois por mais medidas mitigadoras que tenham sido implementadas”.
“Atendendo à inadmissibilidade da situação, as autarquias afetadas pelo Aterro Sanitário/Unidade de Tratamento de Resíduos Urbanos da Resulima em Paradela repudiam vivamente o que está a acontecer aos seus fregueses e esperam que sejam tomadas medidas imediatas para resolver cabalmente a situação”, termina a carta, assinada pelas Juntas de Freguesia de Laúndos, Rates, Estela, União de Aver-o-Mar, Amorim e Terroso, União de Aguçadoura e Navais, bem como as barcelenses Junta de Cristelo e Junta de Barqueiros.
Os destinatários da carta são a CCDR Norte, a Resulima, a Agência Portuguesa do Ambiente, a ministra do Ambiente e o secretário de Estado do Ambiente, a comissária da União Europeia, e as Câmaras Municipais da Póvoa de Varzim, de Barcelos, de Esposende, de Ponte de Lima, de Arcos de Valdevez e de Viana do Castelo.
Lembre-se que o aterro de Paradela está em funcionamento desde o início de 2022 e, desde aí, é alvo de inúmeras reclamações das populações vizinhas, devido aos maus cheiros. Estas queixas vêm, sobretudo, das freguesias de Rates e Laúndos, vizinhas ao aterro.