O epidemiologista Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, prevê que o máximo de casos de infeção pode ser atingido ainda nesta semana ou na próxima. Na reunião do Infarmed, na manhã desta quarta-feira, o especialista referiu que 4 a 12% da população poderá ficar de quarentena.
“Assumimos que o máximo de casos seja esperado para a primeira semana ou para a segunda semana de janeiro”, disse, baseando tal em cenários que “não são previsões, são projeções condicionadas a determinadas características”.
Assim, descreveu três cenários, com variações entre os 42 mil, 80 mil ou 130 mil casos diários. Mesmo com este aumento de infeções, os internamentos deverão ficar muito abaixo do valor registado há um ano. As hospitalizações na última semana de janeiro devem estar entre as 1300 e as 3700, e em unidades de cuidados intensivos entre os 184 e 453.
Por outro lado, para cada pessoa infetada, outras três vão necessitar de estar em quarentena, faltando ao trabalho ou à escola, apontou Baltazar Nunes.
Quanto ao impacto da variante Ómicron, o especialista afirmou que o número de casos está “a crescer 12% ao dia. Pode ser porque testamos mais ou também houve um efeito das festas que se juntou com este crescimento”.
“No caso das hospitalizações, o crescimento é de 2% ao dia. Mas, se calhar, ainda estamos num momento precoce e precisamos de monitorizar isto com mais cautela. Estamos com uma ocupação de 100 camas por milhão de habitantes, enquanto tínhamos 670 camas na onda de janeiro de 2021”, adiantou.