Miguel Rios, eleito deputado da Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim pelo partido Chega em 2021, decidiu desvincular-se do partido a 30 de dezembro passado. A informação foi partilhada esta segunda-feira pelo próprio em comunicado, no qual adianta que “passarei a exercer o mandato de deputado da Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim como deputado independente, mantendo, a mesma linha de ação”.
O ex-militante do Chega explica que “a saída do partido CHEGA, partido que ajudei a crescer, pelo qual lutei, acreditei e achei que podia mudar Portugal, era inevitável. O partido aos poucos, transformava-se num partido igual aos outros. Muitas vezes enviei para Lisboa “os meus manifestos”, onde fazia a minha critica para dentro do partido”.
Refere, na nota, que “não pretendendo lavar aqui roupa suja, penso que devo revelar pelo menos 2 questões fundamentais para a minha saída: 1ª – Em finais de 2023, o Partido CHEGA encheu Portugal inteiro com cartazes dizendo que ia acabar com os tachos e com a corrupção. Em janeiro de 2024, no nosso congresso de Viana do Castelo, contrariando a nossa génese, abrimos as portas do partido ao pior que existe nos outros partidos. Os tachistas. Assim, em vez de formar ativos dentro do próprio partido, o CHEGA fez aquilo que disse que ia acabar”.
O agora deputado independente na Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim, também critica a atual estrutura concelhia do partido. “Em 3 anos de mandato que eu exerço e em quase 5 anos de existência do CHEGA na Póvoa de Varzim, desde o dia 21 de setembro de 2021, esta nova concelhia do CHEGA da Póvoa de Varzim, nada fez pelos poveiros. Nunca respondeu ao direito de oposição desde setembro de 2021 e nunca manifestou a sua opinião sobre a agenda política da Póvoa de Varzim, ou sobre os diferentes temas que interessam aos Poveiros”.
Miguel Rios lembra que “em setembro de 2021, o CHEGA tinha um projeto para a Póvoa de Varzim. Tivemos um bom resultado eleitoral e deputados eleitos em 5 das 7 freguesias da Póvoa de Varzim. Faltavam conquistar 2 freguesias, Balazar e Estela. Tínhamos condições para hoje sermos uma alternativa credível para este concelho. Hoje, deveríamos ter a equipa completamente montada e afinada para ganhar as próximas autárquicas. A inveja, a mentira e o jogo sujo falaram mais alto. Perante os Poveiros, admito que falhei! Mas não desisti. Por estas razões e por esta apatia, exercerei o mandato de deputado da assembleia Municipal até ao fim do mesmo como independente”. Recorde-se que para finais de setembro, princípio do mês de outubro terão lugar as eleições autárquicas. Mais dados sobre esta saída, na edição PDF de quarta-feira, 8 de janeiro.