Ministério da Agricultura está “consciente dos desafios que o setor leiteiro encara”

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A ministra da Agricultura diz estar atenta “ao aumento dos custos de produção e aos preços pagos aos produtores”. À margem do encontro do setor leiteiro “No Coração do Leite”, realizado na manhã desta sexta-feira na AGROS, Maria do Céu Antunes destacou a nova Política Agrícola Comum (PAC) como ferramenta para auxiliar o setor.

“O setor agrícola é o único que continua a crescer nas exportações, assim como diminui as importações”, começou com dizer, o que tem a ver com a “qualidade dos nossos produtos e o grande esforço que os nossos agricultores têm vindo a fazer para encontrar mercados alternativos”.

No entanto, “Portugal, a Europa e o mundo são confrontados com desafios muito grandes”. Um dos maiores, destacado várias vezes durante o encontro, é o valor do leite, nomeadamente o preço que o setor leiteiro está a receber pela produção e os preços praticados pela distribuição aos consumidores.

José Capela, presidente do Conselho de Administração da AGROS, disse mesmo que há uma “falta de equidade e estrangulamento pelos gigantes da distribuição” e não “considera razoável que um litro de leite seja mais barato que um litro de água”.

A “produção de leite tem encargos elevadíssimos”, e por isso pediu à ministra que “encontre soluções, pois perante a situação atual é urgente que haja correção dos preços do leite ao consumidor”.

Por sua vez, Maria do Céu Antunes defende que, para melhorar o funcionamento do setor leiteiro, é necessária uma “abordagem integrada de uma cadeia de valor bem como uma especial articulação com todos os seus intervenientes”.

Para isso, destaca a criação de uma subcomissão específica para o setor dentro da PARCA (Plataforma de Acompanhamento de Relações da Cadeia Agroalimentar) “com vista ao acompanhamento dos constrangimentos do setor”.

“Estamos conscientes dos desafios que o setor leiteiro encara, e perante a relevância que tem para o país, o plano estratégico da PAC vai definir um quadro instrumental atento às especificidades do setor e a importância que tem para o país”, afirma.

A ministra da Agricultura disse ainda que “não queremos que ninguém fique para trás” e que “queremos garantir a sustentabilidade ambiental, económica, e social, com práticas mais verdes com mais rendimento”, no âmbito do bem-estar animal e do meio ambiente.

Foto de José Alberto Nogueira