Aparício Quintas, fundador do MAPADI – Movimento de Apoio de Pais e Amigos ao Diminuído Intelectual, faleceu na terça-feira aos 96 anos. As cerimónias fúnebres realizaram-se esta quarta-feira.
Natural da Póvoa de Varzim, Aparício Quintas foi o primeiro presidente do MAPADI, cargo que exerceu durante 30 anos e foi também distinguido como Sócio Honorário. Foi a trave mestra no processo de fundação do movimento e na plantação da semente da solidariedade. Durante cerca de 4 décadas serviu a instituição, sendo durante 30 anos presidente da instituição.
No momento do seu desaparecimento físico, os corpos sociais do MAPADI através de António Ramalho, atual presidente da Direção, emitiu uma nota de pesar:
“Ao serem confrontados com o passamento, em 6 do corrente, do Exmo. Senhor Aparício Alves de Aguiar Quintas, que durante quase 4 décadas serviu, de forma exemplarmente dedicada, o Movimento Apoio de Pais e Amigos ao Diminuído Intelectual (MAPADI), querem os órgãos sociais da instituição salientar o contributo decisivo do saudoso extinto para a constituição, instalação e consolidação desta entidade, que sob a sua orientação se distinguiu como uma referência nacional e internacional no apoio à formação e à inclusão do cidadão diminuído intelectual. À família e aos amigos de Aparício Quintas, apresentamos a expressão do nosso mais sentido pesar”.
O MAIS/Semanário recorda um excerto do artigo escrito por Aparício Quintas, que ilustrou a revista que assinalou o 40º aniversário do MAPADI, publicada em novembro de 2016.
“Neste momento dos 40 anos do MAPADI recordo aquilo que foi primeiro um sonho que se transformou em realidade. Nas reuniões iniciais que tínhamos no Rés-do-chão na casa do Monsenhor Pires Quesado, no clube Naval, no pavilhão da Matriz aos quais agradeço o apoio.
Nestas reuniões ficávamos angustiados ao ouvir os desabafos dos pais dos Deficientes. Foram muitas reuniões em que saíamos a pensar o que fazer. Entendemos por bem, um grupo inicial, tomar em ombros a obra e surgiu a primeira escolinha. Fomos nessa altura alugar um armazém que reformamos com divisões. Como ao fim de pouco tempo já tínhamos muitas crianças e o espaço era pequeno pedimos ao senhorio para alugar o quintal onde colocamos pavilhões pré-fabricados, mas mesmo assim não era bom.
Depois de muito pensar e sonhar, idealizamos um novo projeto. Sonhava de noite e trocávamos impressões com a direção. Fomos ver várias instituições de onde tirávamos novas ideias para construir uma obra condigna com condições para a recuperação das crianças. Compramos o terreno. Fizemos a escritura e aprovação da segurança social. Do Sonho saiu um rascunho como devia ser o Edifício do MAPADI”.