Com o dealvar do novo ano, os partidos politicos do chamado ‘arco da governação’, ou mais prosaicamente dito, o ‘centrão’, foram ou vão a votos. Novas prendas? Parece que não!
No PSD, Ano Novo, trapalhada antiga. A faca na liga, fica agora pela moderna, liga do Face. E, entre o voto no misericordioso Santana, e no ultramontano, Rio, os ‘novos associados’ vieram e escolheram o prato forte com que querem ser servidos. Como aperitivo, ou digestivo, os laranjinhas aproveitaram as urnas abertas, e escolhem os chefes dos coros paroquiais locais.
Na Póvoa, Andreia Silva, lá repetiu o caminho das pedras por mais dois anos. Renovação na continuídade, ou equipa ganhadora não se bole, é a receita servida.
No PS, cumprindo a moda estatutária, e não estatuária, os votos, para já, ficam-se só pela rapaziada das aldeias, o Secretário Nacional, o chefe, só lá para Maio, e daí o Partido Socialista da Póvoa, no próximo fim de semana eleger apenas os novos dirigentes concelhios. E na Póvoa, o PS/concelhio, como convém, tem apenas um candidato, João Trocado da Costa.
Pela entrevista que deu a este mesmo Maissemanário, João Trocado da Costa, o único candidato a ir a votos, desfaz a sacramental pergunta sempre presente nestas alturas: “renovação na continuidade, continuidade com (na) renovação”?
E desfaz, fazendo a exortação da ‘nova vida’ que defende para a participação politica na vida comunitária autárquica na Póvoa. O lema, “Dedicados à Póvoa” que escolheu, é, vem embrulhado numa nova ‘dedicação’ em orientação politica para a vida partidária no tratamento dos temas autárquicos, não só dedicados à cidade, mas ao concelho, num todo.
“Vontade de mudança e inconformismo”, num “projecto para dez anos”, agregando todos, dirigentes, militantes e correlativos, é obra. E para a ‘obra’, o PS/Póvoa tem uma nova equipa, onde aos mais jovens juntou ‘velhos’ mestres. À aposta na modernidade, na abertura, quer correspondência de uma união que traga força, sem medo da divergência de ideias, que uma vez discutidas e aprovadas, seja lá o que for, seja por todos seguida. É da vida política partidária responsável. Devia ser assim, exige que assim seja, para bem da Póvoa, e naturalmente dos poveiros, dedicados ou não. E exige-o o ‘povo de esquerda’, que confia que PS/Póvoa tenha um bom naipe de dirigentes para ir a jogo.
Se já sabíamos que “eramos todos poveiros”, com esta nova “declaração de dedicação”, a coisa futura promete.
O dinamismo da vida politica autarquica, quer no poder quer na oposição, nos tempos que correm, carecem de dedicação, dinamisno e conhecimento politico responsável, sabedor. Ganham as causas, ficam menos onerosas as coisas. A um partido no poder forte, deve corresponder forte e segura oposição. Gente dinâmica, politicamente competente, conhecedora e capaz de dar a conhecer novas ideias, diferentes modos de ver, ser e de estar. Gente capaz de lançar pontes, desbravar caminhos, entender os tempos, questionar o presente, mas visionar o futuro. Neste caso, o futuro dos Poveiros, que é também um contributo para o futuro do país, de Portugal. E se oposição, em política, não quer dizer ser contra, ‘porque sim’, o poder, não tem de ser obrigatóriamente ‘não’, porque o é. E venham de lá as prendas novas… que o Novo Ano já aí está, com velhos problemas para solucionar.
PS:- As juventudes partidárias, e não só, já são grandinhas para ‘acreditarem no Pai Natal’.
José Andrade