O Apoio Domiciliário como parceiro do envelhecimento em casa – Opinião de Ana Sofia Alheiro

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Envelhecer é um processo natural que vai abrindo portas a todo um novo mundo de desafios, necessidades e cuidados. Se sairmos à rua e perguntarmos a quem passa por nós onde gostariam de envelhecer, uma esmagadora maioria irá responder que querem envelhecer onde viveram a maior parte da vida, junta da comunidade que os conhece e acolhe, junto da sua família, em suma, em casa.

Para que esta seja uma realidade possível é necessária uma abordagem conjunta da comunidade, da família, e daquelas que institucionalmente conseguem ser a rede de suporte necessária.

É precisamente aqui que os Serviços de Apoio Domiciliário entram em ação, assumindo um papel de grande importância e relevância na qualidade de vida que podemos dar a quem quer permanecer na sua casa.

Não desvalorizando a pertinência e importância das Estruturas Residenciais para Idosos, a verdade é que, esta resposta social, apesar de imprescindível em situações de extrema vulnerabilidade como a falta de retaguarda familiar, ou em situações em que nenhuma outra alternativa se revela suficiente para garantir uma vida digna é uma resposta que deverá ser encarada como última opção uma vez que que não promove a autonomia, a individualidade de cada um.

Mas quais são os principais benefícios do Serviço de Apoio Domiciliário?

  • A personalização de cuidados de acordo com as necessidades do utente e com respeito pelas suas rotinas, pela sua individualidade e pela sua própria história de vida;
  • O conforto na prestação de cuidados na sua própria casa, um espaço repleto de vivências e memórias de uma vida;
  • O apoio familiar, ou seja, envelhecer em casa facilita uma interação mais frequente e fácil com familiares e amigos o que contribui muito significativamente para o aumento da qualidade de vida do idoso, e
  • Importância do descanso do cuidador informal e do apoio prestado ao mesmo.

Os Serviços de Apoio Domiciliário podem e devem ser uma estrutura de suporte para este envelhecimento em casa e na comunidade, a criação de serviços menos tradicionais, que funcionem como respostas ajustadas às necessidades de cada um são um caminho a percorrer em alternativa à institucionalização definitiva e a templo completo das pessoas.

A importância do Serviço de Apoio Domiciliário resume-se na melhoria da qualidade de vidas de quem necessita dele e no permitir às famílias terem condições para que possam usufruir da companhia dos seus entes queridos em idade avançada ou em situação de maior vulnerabilidade, sem descurar a qualidade de vida familiar e profissional e sem cair no esgotamento físico e emocional, tantas vezes associado a esta função de cuidar de quem precisa.

 

Artigo escrito por Ana Sofia Alheiro, Assistente Social e Diretora Técnica da Associação de Solidariedade Social de Santa Cristina de Malta (SANCRIS).