‘O Meu Café’ celebra 70 anos de negócio e histórias na Póvoa de Varzim (fotos)

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‘O Meu Café’, localizado na rua Paulo Barreto, próximo da Praça do Almada, na Póvoa de Varzim, assinalou a 1 de março 70 anos de existência. Fundado por Abel Morim também conhecido pelo ‘pai Abel ou Abel Gaio’, o estabelecimento segue na sua terceira geração, depois de ter sido governado durante várias décadas por Jorge Morim. “Não há uma pessoa na Póvoa em que um familiar seu não tenha passado aqui”, salientou Jorge Morim, que ali trabalhou durante 67 anos.

Jorge Gentil Dias Morim, poveiro de 81 anos e antigo dono do café, conta-nos que o seu percurso de vida sempre esteve ligado a este estabelecimento. “Foi sempre do meu pai o café, após o meu pai falecer passou para mim, agora passei o negócio para o meu filho”.

Abel Morim, dono daquele espaço na época, lançou primeiramente um negócio de mercearia, o qual era pouco rentável pois as pessoas não tinham quase dinheiro para comer, passava-se muita miséria na altura. A mercearia foi, mais tarde, transformada numa casa de máquinas, vendiam-se máquinas de escrever, máquinas de costura, rádios. Posto isto, Abel Morim resolveu abrir outro tipo de negócio, um café, em 1951 e nasceu ‘O Meu Café’. “Quando este abriu ao público havia apenas 11 cafés na Póvoa de Varzim. O Guarda-Sol, o Diana Bar, o Palácio Hotel, Café Avenida, Café Varzim, o Recife, pouco mais. Isto em 1951, foi quando foram feitas as obras e viemos morar para aqui por cima do café”, lembrou Jorge Morim.

Começou a trabalhar no café quando tinha 13 anos e esteve ali a trabalhar até há 3 anos atrás. “Larguei a escola, vim logo trabalhar para aqui a encher açucareiros, a encher os pacotes de café, eram tempos diferentes”. Afirma que o estabelecimento foi pioneiro quer na venda de café expresso, quer na venda de cerveja. Existia todo um processo para ser servido um café antes de surgir o café expresso. Para ser tirado um café de saco, o mais comum na altura, “tinha-se o banho maria e um recipiente que se metia num saco de flanela, metia-se na torneira e, tirava-se assim o café”. O aparecimento do café expresso marcou tanto Jorge Morim como também os seus clientes, os quais não estavam habituados e costumavam dizer “isto não é café com leite que eu quero, quero um café de saco”.

Reportagem completa na edição papel de 10 de março.