O PSD e o Congresso de Viana do Castelo

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Rui Rio continua na liderança do PSD. Ganhou a segunda volta – após ter ganho a primeira – em confronto direto com Luís Montenegro. Vence novamente na Póvoa e em Vila do Conde duma forma concludente e como se esperava, cilindra em Gaia e na Trofa.

Agora, vem o XXXVIII Congresso a realizar nos dias 7, 8 e 9 de Fevereiro em Viana do Castelo, onde se discutirá e votará as várias Moções, a de Estratégia Global do Líder e as Temáticas, e eleger-se-á os Órgãos Nacionais do Partido. Naturalmente que sobressai a eleição pelo método de Hondt dos 70 membros e dos 15 suplentes para o Conselho Nacional, que coexistirão com os que virão das inerências. Rio deverá empenhar-se em ficar com a maioria, caso contrário, pode ser um “irritante” ou um “empecilho”. Deverá continuar o gigantesco desafio de levar o PSD ao lugar que já ocupou. Terá que ter muita coragem, muita lucidez, muita paciência, muita perseverança para continuar a reverter um rumo e uma imagem de trauliteiro que o vinha afundando. Como o maior Partido da oposição e da área do Poder terá que dizer ao Congresso, aliás como vem afirmando, que fará uma firme, uma forte oposição ao Governo, mesmo feroz, caso necessário, não duma forma radical e trauliteira, mas de uma forma responsável, construtiva, sempre apresentando, simultaneamente, alternativas credíveis. Deverá nas suas intervenções, eventualmente duas, dirigir-se para dentro do Partido e para fora. Interessam discursos muito claros, muito afirmativos, muito fortes, também com determinação, “alma” e muito vibrantes. Terão que ser discursos na linha do que tem defendido. Bastará ser ele próprio. Ao PSD, aos seus militantes, aos seus simpatizantes, num Congresso em que deverá haver um grande, sério e profundo debate de ideias, de propostas e também sobre o FUTURO do PSD e suas linhas programáticas terá que dizer que está na hora da unidade, de todos remarem para o mesmo lado e que o ambiente de permanente tensão, de suspeição e contravapor deverá terminar e que se assim não for, poderá entrar numa encruzilhada de consequências imprevisíveis. Deverá afirmar que todos são importantes e que o Partido deverá estar acima de tendências, fações e sensibilidades e que só UNIDO E COESO reganhará a credibilidade e a confiança dos Portugueses. Para fora, para o País deverá vincar uma das suas linhas mestra: o interesse nacional deverá sobrepor-se ao do Partido e assim ao apelo dos interesses de Portugal e dos Portugueses, a quem deverá ser capaz de dar respostas. Esse posicionamento dar-lhe-á uma grandeza e um sentido de Estado, que levará muitos a refletirem e a interrogarem-se. O seu foco será naturalmente todos os Portugueses, mas principalmente os do Centro, e os de uma “ franja ” do Centro Esquerda e Centro Direita. Na realidade, é uma grande zona – também do PS – mas é uma grande área onde se encontram, potencialmente, os seus votantes. Ora, a diferença estará nos protagonistas, e para bem marcar a diferença, tem que escolher os melhores “tout court” para os Órgãos do Partido e sempre os melhores para serem a sua face visível e fazerem o País acreditar…

É minha convicção que Rui Rio, um político de longa data, inteligente, competente, sensato, defensor de causas, pragmático, com dimensão ético/política, espírito de servir, de missão, terá condições para levar ao PSD a estabilidade e a credibilidade de que muito precisa para a continuação do NOVO CICLO POLÍTICO. A força das circunstâncias, o bom senso e a racionalidade OBRIGA A TODOS ENTENDEREM-SE. As próximas “lutas” como as Autárquicas, também a isso apelam e, serão um momento importante – com certeza – para muitas interrogações.