Obstetras denunciam administração do hospital por ignorar recomendações da Ordem

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Pela primeira vez numa década, o Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde efetuou o ano passado mais de 1200 partos. Quando isso acontece, a Ordem dos Médicos recomenda que as equipas de urgência do serviço de obstetrícia sejam formadas por 3 especialistas, em vez dos atuais 2 do Centro Hospitalar (CH).

Ora, segundo o Sindicato Independente dos Médicos, o diretor do serviço de obstetrícia alertou a administração do CH para que a partir de janeiro de 2020 se começassem a elaborar escalas de urgência com 3 elementos, por questões de segurança dos utentes.

A resposta da administração foi que o facto de se terem alcançado os 1200 partos pode ter sido “um acontecimento esporádico” que não se irá repetir, pelo que “se deve manter escalas com 2 elementos”, refere o Sindicato. O pedido será reavaliado pela administração “futuramente”.

Os obstetras têm assim que continuar “a desdobrar-se” na realização de várias atividades “em simultâneo”, aumentando o risco de haver um acidente que “pode ter consequências graves”.

Face a isto, os obstetras entregaram já em dezembro um “pedido de escusa” de responsabilidade ao diretor de Serviço e posteriormente ao presidente do Conselho de Administração e ao Diretor Clínico, e denunciaram a situação à Ordem dos Médicos, esperando que “a segurança das parturientes fale mais alto do que os cifrões”.

Segundo as determinações técnicas, as equipas de urgência têm de ser formadas por três especialistas em presença física (podendo o 3º especialista ser um Médico Interno da especialidade do 2º ao 6º ano).