A construção de uma ponte pedonal entre as duas margens do rio Ave foi reprovada por maioria na Assembleia Municipal de Vila do Conde, realizada na noite de quinta-feira. A estrutura ia fazer a ligação da zona do monumento à rendilheira (na foto) e a freguesia de Azurara.
Votaram contra 23 deputados, nos quais se incluem os eleitos pelo PS e PSD, enquanto 22 deputados foram favoráveis ao projeto, dos membros eleitos pelo Movimento NAU, que apoia Elisa Ferraz, presidente de Câmara.
Após a votação, que mereceu uma segunda recontagem, a edil afirmou que “o PS e o PSD desviaram de Vila do Conde 2 milhões de euros, referente a um projeto aprovado no âmbito do PEDU (Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano) e que tinha apoios comunitários em 85%”. A autarca explicou que com a perda desta verba, outros municípios poderão vir a aproveitar-se desse valor”
Elisa Ferraz disse que a reprovação da execução da obra “é dramática para Vila do Conde que tenham recusado uma melhoria significativa no nosso concelho”.
PS e PSD votam contra a obra
João Fonseca, do PS, criticou que a sua bancada “não passaria um cheque em branco quanto a um projeto que não se conhece, desde o tipo de materiais como também a sua dimensão”. Deputado socialista criticou a opção na execução da ponte pedonal, sugerindo a aplicação da verba em outros equipamentos.
Na sua intervenção, o deputado criticou a distância esta ponte e a ponte rodoviária “que nem um relvado de futebol separam”, como afirmou que o projeto “mereceu zero de diálogo com os órgãos eleitos e as forças vivas da terra”.
Após a votação, Bruno Almeida, do PS, esclareceu a possibilidade de inverter a decisão do voto socialista, desde que “seja explicado em pormenor a obra”.
Por sua vez, Luísa Maia, do PSD, revelou a sua preocupação por este projeto surgir de forma isolada e sem uma “política de mobilidade”. Quanto ao resultado da votação que não foi favorável a Elisa Ferraz, a deputada social-democrata respondeu ao “dramatismo dito pela senhora presidente” com o respeito pelas votações, e lembrou que na Assembleia a Nau não tem maioria, ao contrário da Câmara e “por isso há que respeitar democraticamente as votações dos seus eleitos”.
Apesar da reprovação do ponto da ordem de trabalhos, os deputados aprovaram nos pontos seguintes, a construção de vias cicláveis e pedonais, desde a zona da Seca do Bacalhau até ao local onde seria construída a ponte.