Orçamento da Varzim Lazer chumbado pela oposição

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A reunião de Câmara da Póvoa de Varzim, realizada na terça-feira, ficou marcada pela rejeição do orçamento da empresa municipal Varzim Lazer para 2026, com os votos contra da Aliança Poveira (3 vereadores) e do Chega (2 vereadores). Apenas a presidente eleita pelo PSD e os 3 vereadores social-democratas votaram a favor. Face ao resultado, a empresa poderá ter de funcionar em duodécimos no próximo ano. 

Perante este cenário, a presidente Andrea Silva retirou a proposta para a eleição de um novo Conselho de Administração, que incluía um lugar reservado para a Aliança Poveira, e anunciou que irá apresentar uma nova proposta na próxima reunião, acompanhada de um novo orçamento. 

“O facto de terem votado contra o orçamento coloca questões sérias quanto ao funcionamento da empresa, aos funcionários e às responsabilidades que temos perante estas pessoas”, alertou Andrea Silva, sublinhando que a decisão “não deve ser tomada de ânimo leve”. 

Sobre uma possível extinção da Varzim Lazer, defendida pela Aliança Poveira, enquanto o Chega pede a privatização da empresa, Andrea Silva considerou ambas as propostas “assuntos demasiado sérios para decisões precipitadas”, lembrando que a extinção implicaria concursos públicos para integrar os atuais trabalhadores na estrutura da Câmara. 

O líder da Aliança Poveira, João Trocado, justificou o voto contra com críticas duras à câmara municipal: “A nossa posição sempre foi clara: a Varzim Lazer foi um erro. Não promove transparência, nem eficiência, nem melhor serviço aos cidadãos. Pior, mesmo com um milhão de euros de transferência anual do município, não consegue fazer obras de conservação ou investimentos necessários”, afirmou. 

Trocado defendeu a dissolução da empresa e a integração dos funcionários na autarquia: “Não concordámos antes e não concordamos hoje. A solução é acabar com a Varzim Lazer e devolver os serviços à Câmara.” 

Já o vereador do Chega, José Luís Vasconcelos, apontou duas razões para votar contra: “Não concordamos com o modelo de gestão atual. É um sorvedouro de dinheiros públicos: todos os anos a Câmara transfere cerca de 1,3 milhões de euros para a Varzim Lazer. Defendemos um modelo de gestão privado, salvaguardando os interesses dos munícipes, sobretudo idosos e crianças”, afirmou. Vasconcelos criticou ainda o aumento da despesa com pessoal: “Houve um acréscimo de 23% nos custos com pessoal, cerca de mais 160 a 170 mil euros anuais, sem explicação clara. Queremos ver isto esclarecido.”