Orçamento da Varzim Lazer volta a ser reprovado e e futuro permanece em aberto

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O orçamento da Varzim Lazer voltou a ser rejeitado na reunião de Câmara desta terça‑feira, 23 de dezembro, repetindo o impasse da sessão anterior. PSD votou a favor, enquanto a Aliança Poveira e o Chega mantiveram o voto contra, deixando a empresa municipal a caminho de 2026 a funcionar em duodécimos e sem novo Conselho de Administração. O cenário reacende o debate sobre o futuro da empresa e levanta dúvidas sobre a continuidade plena dos serviços prestados à população.

A presidente da Câmara, Andrea Silva, reconheceu que a situação é delicada e que a não aprovação do orçamento pode afetar serviços essenciais. “A Varzim Lazer presta um conjunto de serviços fundamentais, desde o desporto sénior às atividades das IPSS e das crianças que utilizam as piscinas municipais”, afirmou. Sobre a proposta de extinção apresentada pela Aliança Poveira, deixou reservas: “Temos pareceres jurídicos divergentes e não estamos tranquilos quanto à integração automática dos trabalhadores. É uma matéria demasiado delicada para decisões de imediato.”

O vereador João Trocado reiterou que a solução passa pela dissolução da empresa e pela internalização dos serviços na Câmara. “Fizemos o nosso trabalho de casa e demonstrámos que todos os trabalhadores transitam automaticamente, mantendo funções, antiguidade e vencimento”, afirmou. Para o líder da Aliança Poveira, o impasse obriga a presidente a escolher um caminho: “Quanto mais tempo perdermos, mais débil fica a situação da Varzim Lazer. A lei prevê este processo e os direitos dos trabalhadores ficam salvaguardados.”

O vereador José Luís Vasconcelos, do CHEGA, voltou a criticar o modelo atual, defendendo que a empresa está esgotada. “A Varzim Lazer estagnou no tempo. É um sorvedouro de dinheiro público há 25 anos”, afirmou. O CHEGA rejeita a internalização proposta pela Aliança e insiste num modelo de gestão privado ou misto: “Temos de encontrar uma solução que reduza a dependência da empresa dos subsídios da Câmara. O modelo atual não serve os poveiros.”

Com o segundo chumbo consecutivo e posições políticas divergentes, o futuro da Varzim Lazer permanece indefinido. A empresa entra em 2026 com orçamento limitado, enquanto o executivo municipal tenta encontrar uma solução que garanta a continuidade dos serviços e a estabilidade dos trabalhadores.