Em reunião de Câmara realizada esta quinta feira, foi aprovado o orçamento de Vila do Conde para 2021. Recolheu os votos favoráveis da maioria NAU, a abstenção do PS e o voto contra do PSD.
O documento regista o valor mais alto de investimento em obras dos últimos oito anos. No total dos 63 milhões de euros (mais 5.5 milhões em comparação com 2020), a fatia de investimento em intervenções municipais sobe aos 20 milhões.
Este orçamento foi aprovado com os votos da maioria do movimento independente NAU, que desde 2017 lidera este executivo, verificando-se a abstenção dos vereadores do PS, a mais representada força de oposição do concelho, e o voto contra do elemento único do PSD.
A presidente da Câmara, Elisa Ferraz, disse que o sentido de voto da oposição “era aquele que esperava”, garantindo que está “tranquila” para a votação do documento em Assembleia Municipal, onde a NAU não tem maioria.
“Temos um orçamento que nos dá muita tranquilidade. Talvez seja o melhor sempre no apoio às associações e Juntas de freguesias, no incrementar do investimento no concelho e a prosseguir a determinação e promessa de reduzir o IMI e diminuir a dívida do município”, referiu Elisa Ferraz, salientando o aumento do fundo de emergência social, de 150 mil para 250 mil euros, por forma a responder às contingências provocadas pela pandemia de covid-19. “A rubrica ficará em aberto, podendo ter um tratamento excecional em caso de necessidade”.
No que se refere ao PS, o vereador António Caetano explica a abstenção como uma questão de coerência. “Reconhecendo que a génese do Plano Plurianual de Investimentos é o que delineámos no mandato anterior, mantivemos o sentido de voto. Mas registámos atrasos significativos na execução física e financeira do PEDU (Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano), e também não nos impressionamos com alguns incrementos apresentados nos apoios para o movimento associativo e para as Juntas de Freguesia”, argumentou. O sentido de voto dos vereadores “foi concertado com o líder da bancada do PS na Assembleia Municipal”, disse, não garantindo que a posição será igual quando o documento for a votação nesse órgão.
Quem votará contra é o PSD, em consonância com a posição do vereador dos social-democratas Constantino Silva, que lamentou que o executivo do NAU não tenha acolhido no documento as sugestões do partido.
“As nossas opções políticas seriam outras. Achámos que era preciso desonerar a carga fiscal sobre as famílias e empresas, algo que não acontece. Além disso, continuamos a ter um concelho a duas velocidades, em que os vila-condenses do interior não tem as mesmas infraestruturas dos que habitam no litoral”, terminou.