Padre poveiro explica em carta aberta porque pediu para interromper funções

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A Arquidiocese de Braga publicou esta segunda-feira uma carta aberta escrita pelo padre Manuel Torre, que é oriundo da paróquia de Balasar, Póvoa de Varzim, e estava em funções na região de Fafe. Recentemente, o pároco foi suspenso da atividade, o que gerou revolta entre os fiéis.

Os motivos da suspensão fizeram correr tinta na imprensa mas Manuel Torre veio agora a público contar a sua versão dos acontecimentos. A verdade é que, tal como já tinha avançado a própria Arquidiocese, o religioso enfrenta problemas de saúde e pediu algum tempo para poder recuperar.

“Preciso de interromper o trabalho pastoral paroquial para poder recuperar a saúde. Assim, acontecerá a partir de setembro próximo e espero que não por muito tempo. Até lá continuarei a servir as paróquias que me estão confiadas”, explicou. “Será enviado para o nosso meio, um sacerdote religioso, num processo de incardinação na nossa diocese (passar a ser diocesano) para nos ajudar e celebrar a fé connosco, a partir de agosto e até ao meu regresso. Eu estarei até ao fim de agosto”.

Sobre tudo o que se tem passado, disse: “Ao mesmo tempo que me fui enamorando pelas minhas paróquias e amando cada paroquiano com todo o meu ser, foi diminuindo a minha saúde. Em algum momento pedi para sair, todavia, alertaram-me para esta situação e aconselharam-me a tratar da saúde”.

“A perspetiva de ter de interromper o trabalho pastoral abalou-me, revoltou-me, e senti-me julgado injustamente em notícias e conversas não condizentes com a verdade. Os meus paroquianos são bem testemunhas da minha dedicação e entrega sacerdotal. Esta situação, envolta num desgaste emocional atroz, levou-me a pronunciar palavras e até acusações não evangélicas nem de um homem de Deus. Ao padre José António Carneiro e ao padre Vítor Araújo, em particular, peço perdão do que disse. Estendo o meu pedido formal de pedido de desculpas ao Arcebispo, ao Bispo auxiliar, ao Vigário Episcopal do Clero e colegas sacerdotes de Fafe”.