Em entrevista ao jornal MAIS/Semanário, o presidente da Câmara Municipal da Póvoa explicou que “não tem marcha atrás” o processo que lhe permitirá controlar a distribuição elétrica no concelho.
“Mais viável do que nunca”, comunicou Aires Pereira. “A partir do momento em que consegui introduzir esta questão na ordem do dia da Área Metropolitana do Porto (AMP), com os 17 municípios a decidirem constituir um grupo de trabalho para em conjunto estudarem o tema, nada mais será como dantes. A EDP arranjou aqui um opositor de peso. Nós, na Póvoa, temos vindo a facultar o nosso know-how e a nossa equipa técnica às duas agências de energia (Porto e Energaia) e iremos posicionar-nos no mercado tendo em vista uma de duas resoluções: ou uma concessão (coletiva ou individual); ou uma exploração pela própria AMP”.
É um processo que já não tem marcha atrás?, foi-lhe perguntado.
“Não tem, já assinámos um acordo entre todos. Agora, é preciso termos consciência de que não estamos a falar apenas de transporte de energia elétrica, estamos a falar das cidades inteligentes e de tudo aquilo que está hoje pendurado nesta infraestrutura. A EDP, de forma pouco transparente, ainda não nos disse, à boleia do nosso território e nossas redes, o que é que está a transportar, nomeadamente telecomunicações, dados, etc. Isso não fazia parte da concessão inicial, mas fará da próxima. Toda a informatização que hoje se vive nas cidades é feita através da rede elétrica, dos postes de iluminação pública, ou seja, património municipal. Isso se calhar hoje vale muitos mais milhões que o transporte da energia até à nossa casa ou fábrica”.