Presidente da Junta de Laúndos pede travão “ao fedor” do aterro na Assembleia Municipal de Barcelos

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Félix Marques, presidente da Junta de Freguesia de Laúndos fez, na sexta-feira, uma intervenção na Assembleia Municipal de Barcelos, “contra os maus cheiros´” do aterro da Resulima, instalado em Paradela.

O autarca manifestou a sua insatisfação, como partilhou o descontentamento das populações vizinhas ao aterro, por causa do mau cheiro. Félix Marques explicou que “há mais de um ano que as populações do território urbano, rural e industrial onde vivem e trabalham mais de 11 mil pessoas dos concelhos de Barcelos, Esposende e Póvoa de Varzim estão a ser afetadas pelo mau cheiro do aterro de Paradela – e a palavra que melhor o define é “Fedor” – sem que haja fim à vista”.

Perante representantes do poder local do concelho barcelense e com várias pessoas das freguesias afetadas na sala, o lanutense vincou que “aqueles senhores e senhoras que estão sentados lá em cima [na sala], dia sim, dia não, levam com o “Fedor” em suas casas; eu levo com o “Fedor” em minha casa; os Srs. Presidentes de Junta das freguesias mais afetadas aqui sentados levam com o “Fedor” em suas casas; sei que o Sr. Presidente da Câmara mora na freguesia da Apúlia e leva com o “Fedor” na sua casa; e o Sr. Presidente da Assembleia que também tem uma casa em Barqueiros, leva com o “Fedor” em sua casa, Conclusão: É um problema de todos”.

Félix Marques foi incisivo: “não é um problema do concelho A ou B, do presidente A ou B ou do partido A ou B. É um problema de TODOS!”, e pediu que todos “deem apoio” ao presidente da Câmara de Barcelos “para que ele tenha mais força e mais peso no conselho de administração da Resulima”, de forma a que o problema possa ser solucionado.

E entre outros argumentos apresentados, o autarca de Laúndos concluiu: “Se o Fedor terminar, garanto-vos que ficaremos em paz e TODOS serão vencedores sem haver perdedores em particular”.

Leia aqui, a intervenção de Félix Marques, presidente da Junta de Laúndos: “Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal e na sua pessoa cumprimento os restantes elementos deste Plenário,

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Há mais de um ano que as populações do território urbano, rural e industrial onde vivem e trabalham mais de 11.000 pessoas dos concelhos de Barcelos, Esposende e Póvoa de Varzim estão a ser afetadas pelo mau cheiro do aterro de Paradela – e a palavra que melhor o define é “Fedor” – sem que haja fim à vista.

Senhor Presidente da Assembleia Municipal e restantes membros deste plenário,

Aqueles senhores e senhoras que estão sentados lá em cima, dia sim, dia não, levam com o “Fedor” em suas casas; eu levo com o “Fedor” em minha casa; os Srs. Presidentes de Junta das freguesias mais afetadas aqui sentados levam com o “Fedor” em suas casas; sei que o Sr. Presidente da Câmara mora na freguesia da Apúlia e leva com o “Fedor” na sua casa; e o Sr. Presidente da Assembleia que também tem uma casa em Barqueiros, leva com o “Fedor” em sua casa!

Conclusão: É um problema de TODOS! E quando falo que é de TODOS, não estou apenas a falar que é daqueles que eu indiquei. É de TODOS os elementos desta Assembleia, dos cidadãos da cidade de Barcelos e de todas as freguesias do concelho que produzem resíduos, bem como dos restantes municípios que fazem parte do Vale do Lima e Baixo Cávado. É um problema de mais de 300.000 pessoas e não de apenas 11.000!

Meus Senhores e Minhas Senhoras, o objetivo da minha intervenção é apenas um: fazer um apelo para que os elementos desta Assembleia se unam, que deixem as partidarites de lado, que deem todo apoio ao Sr. Presidente da Câmara Municipal para que ele tenha mais força e mais peso no conselho de Administração da RESULIMA, para que todos juntos possamos resolver um problema que é de TODOS!

Volto a frisar: não é um problema do concelho A ou B, do presidente A ou B ou do partido A ou B. É um problema de TODOS!

Estamos convictos que para resolver o problema será necessário mais investimento na unidade de tratamento. E se a Câmara Barcelos, juntamente com as Câmaras da RESULIMA, tiverem de contribuir com mais recursos financeiros, isso significa que também os munícipes vão ter de contribuir um bocadinho mais do seu bolso para o tratamento dos resíduos. Se isso vier a acontecer, apelo que esta Assembleia assuma o problema de frente, e vote favoravelmente e unanimemente as medidas necessárias.

É assim que outros municípios deste país fazem para não ter problemas com os “Fedores” dos resíduos. Por exemplo, na LIPOR atualmente paga-se 64 € a tonelada e só não é mais caro porque ela já realiza uma grande recolha seletiva dos resíduos. Se os munícipes separarem mais, menos pagarão pelo tratamento dos resíduos na sua globalidade.

Se o “Fedor” terminar, garanto-vos que ficaremos em paz e TODOS serão vencedores sem haver perdedores em particular.